Sem diálogo, Governo do Estado impõe apenas 3,73% aos servidores públicos que acumulam prejuízo de 37,59%

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), prometeu durante a plenária do Fórum dos Servidores, realizada no dia 07 de outubro de 2022, na véspera da eleição estadual, que manteria um diálogo franco, aberto e transparente, além de receber pessoalmente os servidores públicos.

Mais uma vez, o Governo do Estado não dialogou com os servidores públicos de Mato Grosso do Sul, deixando a maior parte do funcionalismo sem negociação salarial e impôs o reajuste de 3,73%. Sem o devido debate, Eduardo Riedel encaminhou o Projeto de Lei nº 98, de 2024, à Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), no dia 7 de maio, e deve ser votado nesta semana na Casa de Leis.

Alexandre Junior Costa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social no MS

“O governo não chamou ninguém para conversar, ele está impondo a Revisão Geral Anual (RGA), não abre debate para recomposição salarial, assim como seu antecessor, Reinaldo Azambuja. Como coordenador do Fórum dos Servidores Públicos de MS, exigimos que nossas pautas sejam levadas em consideração”, afirmou Alexandre Junior Costa (presidente do SINTSS).

Governo

De acordo com a proposta enviada por Eduardo Riedel (PSDB), o percentual corresponde a inflação acumulada dos últimos 12 meses. A revisão anual do vencimento-base e subsídio dos funcionários será aplicada já sobre o salário de maio, que é pago no início de junho.

Dieese

Conforme estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), “Considerando a inflação consolidada e publicada pelo INPC/IBGE no período 2015 a 2023, e o INPC estimado para o mês de abril de 2024, temos que a inflação acumulada no período soma 75,18%. Se for aplicado o indicador apontado pelo governo estadual, a saber, 3,93%, as perdas ficam em 37,59%”.

Fórum dos Servidores de MS

Mais lideranças do Fórum dos Servidores Públicos de Mato Grosso do Sul divergem da política salarial adotada pelo governador Eduardo Riedel (PSDB), que aplicou linearmente só o índice da Revisão Geral Anual (RGA), de 3,73% aos servidores públicos estaduais.

O reajuste será pago a partir de junho aos 85,8 mil servidores públicos estaduais da ativa, aposentados e pensionistas.

Os sindicalistas alegam que o governo não abre diálogo sobre as perdas salariais do funcionalismo estadual, descartando, dessa forma, uma recomposição salarial em especial para aqueles que ganham menos.

Na avaliação do Fórum o governador usa a mesma tática do seu antecessor, ou seja, não negocia índice de reajuste e divulga o valor pela imprensa, sem ao menos acatar a reivindicação do segmento sobre a questão.

Demandas especificas

Ainda segundo os sindicalistas o governo usa a tática de prometer atender as demandas especificas por segmento, fato que não se concretiza durante a negociação. Uma fonte do movimento representativo do funcionalismo estadual que não quer ser identificada, explicou que o governo usa a estratégia de dividir para enfraquecer a luta por melhores salários. “O governo chama um sindicato de cada vez, promete acatar a pauta da categoria, mas na verdade só enrola para não deixar as entidades se unirem em torno de uma reivindicação única”.

Roberta Cáceres

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