Eleições nos EUA: primárias na Carolina do Sul abrem corrida de Biden à Casa Branca neste sábado (3)

Primeira prévia oficial do calendário do Partido Democrata servirá de teste sobre o apoio do eleitorado negro ao atual presidente americano

Nos Estados Unidos, o estado da Carolina do Sul – que garantiu a Joe Biden a candidatura democrata há quatro anos – deverá entregar, neste sábado (3), a primeira vitória do presidente nas primárias da campanha de 2024.

Os outros dois concorrentes do partido – o deputado Dean Phillips, de Minnesota, e a escritora Marianne Williamson – também estão na cédula de votação.

De toda forma, Biden continua como amplo favorito à vitória, à medida que inicia oficialmente sua corrida para reunir os delegados necessários para obter a nomeação democrata.

As primárias da Carolina do Sul colocam 55 delegados em jogo. Além disso, este ano marca a primeira vez que o estado inaugura o calendário eleitoral do partido – uma mudança feita em grande parte pela insistência de Biden.

As mudanças do Partido Democrata

Durante décadas, os estados americanos de Iowa e New Hampshire foram os primeiros a votar nas primárias presidenciais democratas.

No entanto, o Comitê Nacional Democrata (a Executiva do partido) decidiu recuar esses estados no calendário.

O motivo foram as críticas de que Iowa e New Hampshire possuem um eleitorado majoritariamente branco, que não refletia a base democrata que é muito mais diversificada a nível nacional.

As autoridades democratas de Iowa aceitaram as mudanças, optando por realizar um caucus com votação pelo correio com cédulas enviadas aos eleitores a partir de 12 de janeiro.

Os democratas de Iowa tem até 5 de março para enviar as cédulas, mesmo dia da chamada “Superterça”, quando mais de uma dúzia de outros estados estão programados para realizar suas primárias.

Já as autoridades de New Hampshire, usando de justificativa uma lei estadual que exige que suas primárias sejam as primeiras do país, recuaram – realizando uma disputa democrata esvaziada no mesmo dia das primárias republicanas, em 23 de janeiro.

Placas promovendo o nome do presidente dos EUA, Joe Biden, nas eleições primárias democratas de New Hampshire, preparadas por estudantes de ciências políticas do St. Olaf College em Minnesota / 15/01/2024 REUTERS/Elizabeth Frantz

O Comitê Nacional Democrata puniu New Hampshire, excluindo os delegados do estado da convenção do partido daqui alguns meses, quando o candidato democrata será oficialmente escolhido.

E como New Hampshire não cumpriu o calendário estabelecido pelo partido, Biden não se inscreveu para aparecer na cédula de votação do estado – embora os apoiadores do presidente tenham lançado uma campanha bem-sucedida de escrever a mão seu nome na cédula, que o levou a obter 64% dos votos.

Carolina do Sul impulsionou a vitória de Biden em 2020

Para consolidar o status da Carolina do Sul como o primeiro estado a ter uma primária democrata em 2024, Biden visitou o “estado de Palmetto” duas vezes no mês passado, e a vice-presidente Kamala Harris encabeçou um evento para conseguir votos na Universidade Estadual da Carolina do Sul, em Orangeburg, na sexta-feira.

“Vocês me protegeram e espero que eu tenha a sua [proteção]”, disse Biden à multidão no almoço de domingo na Igreja Batista Brookland, em Columbia, no fim de semana passado.

O presidente não estará na Carolina do Sul neste sábado, quando partirá para uma campanha de arrecadação de fundos pelo sul da Califórnia e Nevada.

Com Biden enfrentando pouca competição séria pela corrida democrata, as primárias deste sábado são importantes para o presidente porque marcam um retorno ao lugar que o catapultou para a indicação democrata em 2020.

Joe Biden
Joe Biden / Getty Images

Biden chegou vacilante às primárias da Carolina do Sul naquele ano, depois de terminar em quinto lugar nas prévias de Iowa, em quarto lugar nas primárias de New Hampshire e em um distante segundo lugar nas prévias de Nevada.

No entanto, a grande população negra do estado – e um apoio tardio do influente deputado democrata Jim Clyburn – ajudaram a entregar a Biden uma vitória dominante que, pela primeira vez, demonstrou força com um eleitorado democrata decisivo, que nenhum outro candidato primário poderia rivalizar.

Dias depois, Biden esteve mais perto de garantir a nomeação do partido ao acumular uma liderança de delegados praticamente intransponível em uma ampla faixa de diversos estados na “Superterça”.

A Carolina do Sul é tradicionalmente dominada pelos republicanos nas eleições gerais. O último candidato presidencial democrata a vencer o estado foi Jimmy Carter em 1976.

Mas o impulso da campanha de Biden e dos seus aliados na Carolina do Sul faz parte de um esforço mais amplo para reforçar o apoio dos eleitores negros, um bloco crucial para as perspectivas de reeleição do presidente, especialmente em estados decisivos como a Geórgia e os estados da chamada “parede azul”: Michigan, Pensilvânia e Wisconsin.

As primárias democratas ocorrerão três semanas antes da votação dos republicanos no estado, em 24 de fevereiro.

As primárias republicanas da Carolina do Sul podem ser a última chance da ex-governadora do estado, Nikki Haley, de desacelerar a marcha do ex-presidente Donald Trump para uma terceira indicação presidencial republicana consecutiva.

Mas uma pesquisa recente da Monmouth University-Washington Post mostrou que ela estava 26 pontos atrás de Trump nas primárias de seu estado natal.

Fonte: CNN Brasil

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