Candidato da mudança, Lucas de Lima torrou só com publicidade R$ 285 mil em 2023

Pré-candidato à Prefeitura de Campo Grande pelo PDT, o deputado estadual Lucas de Lima, 54 anos, foi o campeão de gastos com a cota parlamentar ao atingir o patamar de R$ 541,9 mil em 2023. O parlamentar, que se apresenta como opção aos nomes tradicionais da política sul-mato-grossense, acaba por se igualar aos demais ao deixar de lado a economia dos recursos públicos.

Mais da metade da verba gasta pelo pedetista foi com divulgação da atividade parlamentar, R$ 285,5 mil. Em seguida vem consultoria, assessoria, pesquisas e trabalhos técnicos, R$ 181 mil; gastos com locação de software para gerenciamento do gabinete, R$ 49 mil; e combustíveis fecha a lista com R$ 26,4 mil.

Gastos com publicidade cobrem diversos meios e empresas, sendo relativos a divulgação em rádios, sites de notícias, redes sociais, publicações. Nos últimos cinco meses de 2023, a despesa com este item ficou cravado em R$ 26 mil, ficando em torno deste patamar no restante do ano.

Com exceção de janeiro, quando gastou R$ 5 mil, o aluguel de software para gerenciamento do gabinete foi fixo em R$ 4 mil. Os gastos com combustíveis variam entre R$ 2 mil e R$ 3,1 mil por mês, e com consultoria, entre R$ 14 mil e R$ 19 mil mensais.

Lucas de Lima é radialista há mais de 30 anos e atua como apresentador e diretor de uma emissora de TV. O deputado pode se beneficiar da tradição recente de apresentadores que viraram prefeitos, como Nelsinho Trad (2005-2012), Alcides Bernal (2013-2016) e Marquinhos Trad (2017-2022), que tiveram passagens pelo rádio e televisão. 

Outro trunfo para se diferenciar dos demais candidatos à prefeitura da Capital é de não pertencer ao “grupo de poderosos do Estado”. E diz que vem do povo para representar esse povo.

Questionado sobre ter sido o deputado estadual com mais despesas cobertas com a Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), também conhecida como verba indenizatória, Lucas opta por jogar a responsabilidade para outro colega.

“Se for analisar corretamente quem mais gastou foi o Rafael Tavares. Pois o mês de janeiro é do meu mandato anterior. A posse foi dada em fevereiro”, defende.

No entanto, excluindo janeiro, o radialista ainda soma R$ 510.491,39, enquanto Tavares utilizou R$ 505.935,92. Ademais, as notas fiscais disponíveis no Portal da Transparência da Assembleia Legislativa geralmente tem como data de emissão no fim de cada mês. As de Lucas estão datadas de 31 de janeiro e 3 de fevereiro.

O ponto em questão, porém, é se com esse nível de gastos poderia atrapalhar o discurso de ser o candidato da mudança. Mas não houve mais respostas aos questionamentos.

Fonte: O Jacaré

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *