Atos lembram morto na Papuda e pedem impeachment de Moraes

Cleriston Pereira da Cunha foi preso por envolvimento no 8 de Janeiro; PGR solicitou soltura do réu por motivos de saúde, mas pedido não foi analisado

Aliados e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram na tarde deste domingo (26) atos em memória de Cleriston Pereira da Cunha, preso por envolvimento no 8 de Janeiro que morreu no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Em setembro, a PGR (Procuradoria Geral da República) havia pedido a liberação do preso e citado anexado um laudo sobre a condição frágil da saúde do detento, mas o pedido nunca foi analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Neste domingo (26), os manifestantes responsabilizaram o ministro pelo episódio e pediram o seu impeachment.

Os atos foram convocados de última hora por aliados de Bolsonaro no sábado (25.nov), como os deputados federais Carla Zambelli (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), além do pastor Silas Malafaia. A a assessoria do ex-presidente Bolsonaro disse que ele não compareceria ao evento.

Em São Paulo, o ato foi realizado na Avenida Paulista, em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand). Teve início às 14h e reuniu Zambelli e os senadores Magno Malta (ES-PL) e Marcos Pontes (PL-SP). As manifestações incluíram gritos de ordem pedindo o retorno do ex-presidente ao Palácio do Planalto.

Assista (4min40s):.

Por conta da manifestação, usuários do X (antigo Twitter) subiram a tag “#PorJusticaNaPaulista”, que chegou aos assuntos mais comentados da rede social. OUTRAS CIDADES Apoiadores do ex-presidente também fizeram manifestações em protesto pelo episódio em outras capitais do país, como Rio de Janeiro, Florianópolis e Salvador.

Outras Cidades

Apoiadores do ex-presidente também fizeram manifestações em protesto pelo episódio em outras capitais do país, como Rio de Janeiro, Florianópolis e Salvador.

Morte na Papuda

Cleriston Pereira da Cunha morreu na manhã da última 2ª feira (20.nov) nas dependências da Penitenciária da Papuda, em Brasília. O réu, preso pelos atos do 8 de Janeiro, teve um mal súbito enquanto tomava um banho de sol, segundo a administração do presídio.

Socorristas realizaram procedimento de reanimação cardiorrespiratória, mas ele não resistiu.

Cleriston foi preso no Senado durante os eventos do 8 de Janeiro. Segundo a defesa, o acusado não participou dos atos e entrou no Congresso para se proteger das bombas de gás lançadas pelos policiais que reprimiram os atos.

Em petição encaminhada a Alexandre de Moraes em 7 de novembro, a defesa de Cleriston havia solicitado ao ministro a soltura do acusado. Segundo o advogado Bruno Azevedo de Sousa, Cleriston tinha parecer favorável da PGR (Procuradoria Geral da República) para ser solto, mas Moraes não julgou o pedido.

Eis a cronologia dos fatos:

  • 7.jan.2023 – Segundo a defesa, Cleriston Pereira da Cunha esteve no acampamento em frente ao Quartel Geral do Exército, em Brasília, mas não permaneceu no local;
  • 8.jan.2023 – manifestantes extremistas invadem os prédios da Praça dos Três Poderes. Cleriston estava trabalhando no momento da invasão, por volta das 15h40, e foi ao local posteriormente. Lá, foi preso em flagrante;
  • 27.fev.2023 – a médica Tania Maria Leite emite um laudo médico recomendando agilidade no processo de Cleriston, por conta do seu estado de saúde. Eis o que consta no laudo: o réu não pôde comparecer a consultas em 30 de janeiro e 27 de fevereiro de 2023 por conta do “impedimento legal”;
  • à época, o paciente fazia tratamento reumatológico há 8 meses, por conta de um quadro de vasculite de múltiplos vasos e miosite secundária à covid-19; em 2022, o paciente ficou internado por 33 dias por conta de complicações em decorrência da covid;
  • em 2022, o paciente ficou internado por 33 dias por conta de complicações em decorrência da covid; o paciente seguia fazendo uso dos seguintes medicamentos: prednisona (5mg/dia), fluoxetina (20mg/dia), propranolol (20mg/12 em 12 horas) e azatioprina (1oomg/dia); chama a atenção para o risco de morte do réu por imunossupressão e infecções;
  • o paciente seguia fazendo uso dos seguintes medicamentos: prednisona (5mg/dia), fluoxetina (20mg/dia), propranolol (20mg/12 em 12 horas) e azatioprina (1oomg/dia); chama a atenção para o risco de morte do réu por imunossupressão e infecções; pede “agilidade” na resolução do processo por risco de uma eventual nova infecção por covid, que poderia agravar o estado do réu.

Fonte: Poder 360

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