Com 10 mil crianças atingidas, “tríplice epidemia” deve chegar a idosos e preocupa Capital

A Prefeitura de Campo Grande afirma que o município passa por um momento delicado, em que a população se depara com uma “tríplice epidemia” de doenças virais. Os males respiratórios têm atingido mais crianças atualmente, causando falta de leitos pediátricos, porém, a expectativa da Secretaria de Saúde é de que os casos em idosos e de dengue devem aumentar nas próximas semanas, sobrecarregando ainda mais o sistema hospitalar. 

A secretária adjunta de Saúde, Rosana Leite, afirma que os hospitais já estão sobrecarregados e existe um déficit de leitos, e o município busca ampliar a oferta. “Algo que realmente nos está preocupando, não que as outras coisas não sejam importantes, é essa tríplice epidemia que estamos a enfrentar”, disse durante audiência pública na Câmara de Vereadores, na quarta-feira (5).

Rosana diz que houve aumento no número de doenças relacionadas a vírus respiratórios nas últimas quatro semanas na Capital. Além disso, há os casos de arboviroses (dengue, Zika e chikungunya ), e o Governo do Estado criou um Centro de Operações de Emergências voltado ao enfrentamento dessas enfermidades, para elaborar estratégias de controle e redução de casos graves e óbitos. 

“Também houve o acionamento do Centro de Operações do Ministério da Saúde porque há uma previsão de que este ano as arboviroses, notadamente dengue e chikungunya, são um grande problema, principalmente na nossa fronteira”, relata a adjunta da Sesau.

Na Capital, a preocupação é com o aumento de casos de dengue e, nas próximas semanas, de síndromes gripais em idosos. Atualmente, as crianças têm sofrido mais, porque segundo a Sesau, a gripe este ano é causada por vírus respiratórios diferentes de anos anteriores. 

“Estamos nos preparando não só para as arboviroses, mas principalmente para as síndromes gripais. Aproximadamente daqui a duas ou três semanas, a gente vai perceber uma incidência maior de idosos por conta da sazonalidade. E também estamos nos preparando para um aumento de casos da dengue”, explica Rosana Leite.

“Mais de 10 mil crianças foram atendidas, aproximadamente 5% das crianças na nossa capital. E é bom lembrar que a covid também está por aí, porém com as mutações que aconteceram de uma forma leve”, completa.

A secretária adjunta de Saúde, Rosana Leite, durante audiência na Câmara de Vereadores. (Foto: Izaías Medeiros/CMCG)

Contratar mais leitos em hospitais particulares

Na segunda-feira (3), a prefeitura publicou chamamento público para os hospitais particulares de Campo Grande para contratar novos leitos e atender a pediatria. O objetivo é ampliar a capacidade de atendimento de pacientes em situação grave pelo sistema de saúde pública da Capital.

Através deste chamamento, serão contratados novos leitos clínicos e de UTI para desafogar os hospitais que hoje são referência no atendimento para pacientes pediátricos com dengue e síndromes respiratórias. Podem participar do processo de contratualização todos os hospitais particulares da Capital.

De acordo com a Sesau, é comum que logo após o início das aulas é haja um crescimento no número de atendimentos nas unidades de urgência e emergência, principalmente em crianças com sintomas respiratórios. Entende-se que este aumento se dá pelo convívio com outras crianças nas escolas, ampliando as trocas de itens pessoais, associadas às variações de temperaturas comuns durante o verão, o que provoca o crescimento dos casos de resfriados e gripes nestes grupos.

Vacinação

Em outra frente, no começo desta semana, teve início a campanha de vacinação contra a gripe, em Campo Grande. Este ano a vacina está liberada para todos os públicos prioritários, diferente do que aconteceu em anos anteriores, quando a campanha acontecia por etapas.

A expectativa é vacinar cerca de 200 mil pessoas que fazem parte dos 18 grupos elencados pelo Ministério da Saúde como prioritários.

Na última campanha a cobertura foi muito abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde, que é de pelo menos 90% para cada um dos públicos. Em 2022, apenas 43,4% de todo o público-alvo buscou pela vacinação.

A vacina disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todas as unidades de saúde da Capital protege contra os vírus H1N1 e H3N2 da Influenza A e contra a Influenza B, sendo eficaz contra as três formas diferentes de gripe.

Fonte: O Jacaré

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