IPCA-15 foi de 0,69% em março

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,69% em março e ficou 0,07 ponto percentual (p.p.) abaixo do resultado de fevereiro (0,76%).

PeríodoTaxa
Março de 20230,69%
Fevereiro de 20230,76%
Março de 20220,95%
Acumulado do ano2,01%
Acumulado nos últimos 12 meses5,36%

O IPCA-E, acumulado trimestral do IPCA-15, ficou em 2,01%, abaixo dos 2,54% registrados no mesmo período de 2022. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou 5,36%, abaixo dos 5,63% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, o IPCA-15 foi de 0,95%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta no mês de março. A exceção foi Artigos de residência, com queda de 0,18%. A maior variação (1,50%) e o maior impacto no índice do mês (0,30 p.p.) vieram dos Transportes, que aceleraram em relação ao resultado de fevereiro (0,08%). Na sequência, vieram os grupos Saúde e cuidados pessoais (1,18%) e Habitação (0,81%), que contribuíram com 0,15 p.p. e 0,12 p.p., respectivamente. Já Alimentação e bebidas (0,20%) desacelerou em relação ao mês anterior, quando registrou 0,39%. Os demais grupos ficaram entre o 0,08% de Educação e o 0,75% de Comunicação.

Grupo Variação Mensal (%)Impacto (p.p.)Variação Acumulada (%)
JaneiroFevereiroMarçoMarçoTrimestre12 meses
Índice Geral0,550,760,690,692,015,36
Alimentação e bebidas0,550,390,200,041,148,70
Habitação0,170,630,810,121,610,53
Artigos de residência0,380,71-0,18-0,010,914,28
Vestuário0,42-0,050,110,010,4814,85
Transportes0,170,081,500,301,75-0,41
Saúde e cuidados pessoais1,100,551,180,152,8511,93
Despesas pessoais0,570,630,280,031,497,16
Educação0,366,410,080,016,888,20
Comunicação2,360,780,750,043,941,31
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

A alta do grupo Transportes (1,50%) foi puxada pelo aumento de 5,76% nos preços da gasolina, subitem que contribuiu com o maior impacto individual no IPCA-15 de março (0,26 p.p.). Além disso, também houve alta nos preços do etanol (1,96%), que haviam caído 1,65% em fevereiro. Óleo diesel (-4,86%) e gás veicular (-2,62%), por sua vez, registraram queda, na contramão dos demais combustíveis (4,67%). Cabe ressaltar também a alta de 9,02% nos transportes por aplicativo, após recuo de 6,05% em fevereiro.

Ainda em Transportes, a variação positiva de ônibus urbano (0,21%) deve-se ao reajuste de 9,09% nas passagens em Curitiba (4,18%), válido a partir de 1º de março. Nos ônibus intermunicipais (0,88%), vale destacar o reajuste médio de 11,80% nas passagens aplicado a partir de 18 de fevereiro no Rio de Janeiro (8,41%), onde as tarifas de trem (43,13%) também foram reajustadas: o preço para o público em geral subiu 48% a partir de 9 de fevereiro. Dessa forma, a variação nacional do subitem trem ficou em 17,34%. Já a alta de 1,04% no subitem táxi é consequência do reajuste de 11,54% nos preços em Belo Horizonte (10,83%), em vigor desde 13 de fevereiro. Por fim, cabe mencionar o reajuste em algumas praças de pedágio (0,56%) em Porto Alegre (9,23%) e Curitiba (0,27%).

Em Saúde e cuidados pessoais (1,18%), a maior contribuição (0,06 p.p.) veio dos perfumes (5,88%), cujos preços haviam caído 1,66% em fevereiro. Com isso, os itens de higiene pessoal tiveram alta de 2,36% no IPCA-15 de março, influenciados também pelos artigos de maquiagem (3,81%), sabonetes (1,85%) e produtos para cabelo (1,34%). Além disso, o item plano de saúde (1,20%) segue incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.

No grupo Habitação (0,81%), o destaque foi a energia elétrica residencial, com alta de 2,85% e contribuição de 0,11 p.p. As variações das áreas ficaram entre -1,13% no Rio de Janeiro, onde houve redução de PIS/COFINS, até 11,66% em Belo Horizonte, onde as tarifas de uso dos sistemas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) foram reincluídas na base de cálculo do ICMS, o que também ocorreu em Porto Alegre (10,76%) e Curitiba (10,42%), e em uma das concessionárias de São Paulo (1,12%). No Rio de Janeiro, foram aplicados reajustes de 7,49% e 6,00% nas duas concessionárias pesquisadas, ambos a partir de 15 de março, último dia do período de referência do IPCA-15.

Ainda em Habitação, a alta da taxa de água e esgoto (0,48%) decorre dos reajustes de 11,81% em Salvador (6,60%), em vigor desde 30 de janeiro, e de 3,54% em Fortaleza (1,80%), vigente desde 28 de janeiro. A queda no gás encanado (-0,60%), por sua vez, é consequência da redução de 2,86% nas tarifas no Rio de Janeiro (-1,89%), aplicada a partir de 1º de fevereiro.

A desaceleração de Alimentação e bebidas (de 0,39% em fevereiro para 0,20% em março) deve-se a quedas mais acentuadas nos preços da batata-inglesa (-13,14%) e do tomate  (-6,34%). Além disso, também foram registrados recuos nos preços da cebola (-12,13%), do óleo de soja (-2,47%), do contrafilé (-2,04%) e do frango em pedaços (-1,94%). No lado das altas, o destaque foi o ovo de galinha, cujos preços subiram 8,00% em março.

A alimentação fora do domicílio passou de 0,40% em fevereiro para 0,68% em março. Tanto o lanche (1,02%) quanto a refeição (0,50%) tiveram variações superiores às do mês anterior (quando as altas foram de 0,78% e 0,16%, respectivamente).

O resultado dos Artigos de residência (-0,18%), único grupo com queda em março, foi influenciado pelo recuo de 1,81% dos itens de tv, som e informática, em particular os televisores (-1,89%) e os computadores pessoais (-1,68%).

Quanto aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em março. As maiores variações foram registradas em Porto Alegre e Curitiba, ambas com 1,13%. Nos dois casos, a principal contribuição para a alta veio da energia elétrica, com variações de 10,76% e 10,42%, respectivamente. Já o menor resultado foi observado em Salvador (0,37%), influenciado pelas quedas de 10,35% nas passagens aéreas e de 9,13% no seguro voluntário de veículo.

RegiãoPeso
Regional (%)
Variação Mensal (%)Variação Acumulada (%)
JaneiroFevereiroMarçoTrimestre12 meses
Porto Alegre8,610,340,521,132,015,05
Curitiba8,090,300,461,131,894,00
Goiânia4,960,390,411,041,854,04
Brasília4,840,430,460,791,685,72
Belém4,460,830,690,692,235,06
Recife4,710,570,630,691,915,24
Belo Horizonte10,040,920,800,642,384,16
São Paulo33,450,620,910,592,146,17
Fortaleza3,880,690,800,532,035,40
Rio de Janeiro9,770,230,760,411,405,41
Salvador7,190,601,190,372,185,88
Brasil100,000,550,760,692,015,36
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 11 de fevereiro a 15 de março de 2023 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de janeiro a 10 de fevereiro de 2023 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Fonte: Agência IBGE

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