Vereadores afirmam que Adriane autorizou violência contra protesto: ‘Agressão covarde’

O último fim de semana foi marcado pela ação truculenta da Guarda Civil Municipal de Campo Grande contra manifestantes durante a abertura oficial do Natal da Capital, ocorrida na noite do sábado (29). Sob o olhar da prefeita Adriane Lopes (PP), agentes agiram com violência para reprimir protesto pacífico com diversas mulheres e apoiadores que usavam narizes de palhaço e carregavam cartazes com críticas à gestão do município.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram uma idosa passando mal depois de ser agredida por guardas municipais de Adriane e uma mãe de criança atípica sendo empurrada e ralando o braço no asfalto da Rua 14 de Julho. Os vereadores Marquinhos Trad (PDT), Luiza Ribeiro e Jean Ferreira, ambos do PT, compartilharam as gravações e criticaram a violência da GCM, segundo eles, autorizada pela chefe do Executivo.

“Quem deveria proteger, agride covardemente. Se isso é ‘controle’, o que seria abuso?”, disse Marquinhos, que acredita que a ordem para a ação truculenta foi dada pela própria prefeita. Diante das cenas de violência, Jean pediu “fora, Adriane Lopes!”.

A vereadora Luiza Ribeiro afirma que a prefeita Adriane Lopes autorizou a violência contra os manifestantes.

“Mães atípicas, servidores públicos municipais, idosos, pessoas comuns foram às ruas hoje, com faixas e cartazes, para um protesto pacífico contra o caos na gestão da Prefeitura de Campo Grande”, relatou a petista. “O que fez a Prefeita? Dialogou com os manifestantes? Ouviu as reclamações? Tratou de dar esperança e indicar soluções para os problemas? NÃO!”.

“A Prefeita Adriane Lopes autorizou a Guarda Municipal agredir os manifestantes. Até uma das integrantes da Comissão das Mães Atípicas foi brutalmente agredida porque gravava com seu próprio celular toda cena de violência contra os demais manifestantes! Inaceitável!”, concluiu a vereadora.

Nota de repúdio divulgada pelas representantes das mães atípicas. (Fonte: Reprodução)

A Comissão de Mães Atípicas de Mato Grosso do Sul divulgou, no domingo (30), uma nota de repúdio contra às agressões e ameaças sofridas pelas mulheres durante o protesto pacífico. 

“Durante o ato, mães e apoiadores foram desrespeitados pela Guarda Municipal, que impediu a filmagem de suas ações, contrariando a legislação vigente. Além disso, lamentamos profundamente a agressão sofrida pela mãe atípica Elizângela, que representa uma violação inaceitável aos direitos humanos”, diz o grupo.

“É inaceitável que, em um momento de luta pelos direitos de nossos filhos, que enfrentam a falta de fraldas, leite, dieta e insumos, além do descumprimento de liminares judiciais, sejamos tratadas com violência e desrespeito”, prossegue a nota.

“Exigimos que as autoridades competentes tomem as devidas providências e que os direitos de nossas crianças sejam respeitados, A luta por dignidade e direitos não pode ser silenciada”, encerra o texto.

A Guarda Civil Municipal ainda prendeu um dos organizadores do protesto e um outro manifestante.

Mãe atípica foi agredida por guarda municipal. (Foto: Divulgação)

“Para ficar na memória”

No dia seguinte da abertura oficial do Natal de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes comemorou o ‘sucesso’ da festa, que teria reunido 10 mil pessoas, segundo estimativa da prefeitura.

“Uma noite para ficar na memória: mais de 10 mil pessoas reunidas no Centro, celebrando o início do Natal de Campo Grande. Famílias inteiras vibrando com cada sorriso das crianças. E a programação segue até 31 de dezembro, movimentando o comércio local e levando ainda mais vida para o coração da nossa cidade”, celebrou a prefeita.

Durante o evento, Adriane afirmou que este vai ser um Natal “abençoado”. 

A animação contrasta com a situação da cidade, o que motivou o protesto reprimido com violência. Os manifestantes se queixaram do abandono da Capital, com buracos nas ruas, falta de remédios, exames e médicos nos postos de saúde, falta de leitos nos hospitais, descumprimento de medidas judiciais, congelamento de salários dos servidores pelo 3º ano consecutivo, entre outros problemas.

A iluminação de Natal, inclusive, é alvo de ação na Justiça em que o vereador Marquinhos Trad pede a suspensão do contrato com a Construtora JLC, que ganhou R$ 1,7 milhão para instalar as luzes nas avenidas, ruas e praças da Capital.

A prefeita Adriane Lopes e a vice-prefeita Camilla Nascimento celebram a abertura dos eventos natalinos. (Foto: Divulgação/PMCG)

Fonte: ojacare.com.br/By Richelieu de Carlo

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