Trump diz que assinará acordo comercial com a China “muito em breve”

Em conversa com jornalistas após reunião bilateral, Trump disse que ele e Xi Jinping chegaram a um acordo comercial/Foto: Foto: Andrew Harnik/Getty Images

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou para jornalistas que conseguiu chegar a um acordo comercial com o líder chinês, Xi Jinping. Sem dar mais detalhes, o republicano informou que o acordo será assinado “muito em breve”.

As declarações foram dadas para jornalistas dentro da aeronave Air Force One, na madrugada desta quinta-feira (30/10) — no horário de Brasília — logo após a reunião bilateral com Xi Jinping em Busan, na Coreia do Sul.

“Acho que muito em breve, não temos muitos grandes obstáculos”, disse. “Temos um acordo. Agora, vamos renegociar o acordo todos os anos, mas acho que ele vai durar muito tempo. É um acordo de um ano, e vamos prorrogá-lo depois desse período”, informou Trump à CNN Internacional.

Trump embarcou para os Estados Unidos após uma série de encontros importantes na Ásia, entre elas a com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada no último domingo (26/10).

Tarifas serão reduzidas

Em conversa com jornalistas dentro do Air Force One, Trump disse que o encontro com Xi foi “incrível” e que o presidente chinês se comprometeu a trabalhar ao máximo para reprimir o comércio ilícito de produtos químicos usados na produção de fentanil — um opioide que causa cerca de 70 mil mortes por ano nos EUA.

No começo deste ano, Trump impôs tarifa de 20% nas importações chinesas, alegando que Pequim falhava em conter o tráfico de fentanil.

“Como vocês sabem, impus uma tarifa de 20% sobre a China devido ao fentanil que entra no país, o que representa uma tarifa considerável. Reduzi em 10%, então agora é 10% em vez de 20%, com efeito imediato”, disse Trump.

O acordo incluiria também que a China retome as compras de soja dos EUA e mantenha o fluxo de exportações de terras raras.

Guerra comercial

  • Desde 2024, a rivalidade entre as potências evoluiu de um conflito tarifário para uma disputa estratégica por hegemonia tecnológica e energética.
  • Washington ampliou controles sobre exportações de chips de inteligência artificial, enquanto Pequim restringiu a venda de minerais críticos usados em eletrônicos e equipamentos militares.
  • Casa Branca ameaça, agora, impor tarifas de até 155% sobre produtos chineses, caso não haja recuo.
  • Trump tenta recuperar credibilidade após um mês de paralisação do governo, enquanto Xi busca projetar estabilidade e poder de negociação.

Negociação comercial

O primeiro encontro desde que Trump retornou à Casa Branca pode ser interpretado como uma tentativa de reposicionar as relações entre Washington e Pequim em meio a um impasse que vai além do comércio. As duas maiores economias do mundo chegam à mesa de negociações pressionadas por crises internas e interesses globais divergentes.

O republicano aposta em um acordo rápido que reduza tarifas e alivie o peso político de uma guerra comercial impopular entre agricultores e industriais americanos. Xi, por sua vez, chega fortalecido, após consolidar poder interno e expandir a presença chinesa na Ásia, na África e na América Latina.

Fonte: metropoles.com/Pedro Grigori

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