Terror na Europa: quadrilha fatura milhões escravizando brasileiras
Segundo a Polícia Federal, a quadrilha estruturou uma rede que incluía aliciadores no Brasil/Foto: PF/Divulgação
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (10/12), a Operação Alícia, para desarticular uma organização criminosa especializada em recrutar mulheres no Brasil, enviá-las à Europa e submetê-las, já na Espanha, a ameaças, coerção e condições degradantes para exploração sexual.
A estimativa da PF é que o grupo tenha lucrado cerca de R$ 40 milhões com o tráfico internacional de pessoas.
A pedido da corporação, o valor foi bloqueado judicialmente para impedir movimentações e ocultação de patrimônio.
Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão, todos expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
A operação ocorreu simultaneamente em São Paulo, São Pedro, Jundiaí, Ubatuba e Rio das Ostras (RJ). Com apoio da Interpol, outras duas prisões foram realizadas em Álava, na Espanha.
A investigação foi conduzida em cooperação com a Policía Nacional espanhola, por meio do Centro Especializado de Combate ao Tráfico de Pessoas e ao Contrabando de Migrantes da Ameripol.
Em junho deste ano, as autoridades espanholas haviam libertado 33 mulheres mantidas em exploração sexual, 28 delas brasileiras. Todas eram controladas pelo grupo criminoso.
Segundo a Polícia Federal, a quadrilha estruturou uma rede que incluía aliciadores no Brasil, responsáveis por identificar mulheres em situação vulnerável, além de “operadores” logísticos que providenciavam passagens aéreas, hospedagem e o envio das vítimas para a Europa.
Na Espanha, elas eram obrigadas a cumprir metas diárias, trabalhavam sob vigilância constante e eram submetidas a ameaças caso tentassem deixar o esquema.
Fonte: metropoles.com/Mirelle Pinheiro