STM: ministro discorda de perdão da presidente por “erros da ditadura”. Veja vídeo
O ministro Carlos Amaral registrou em plenário o repúdio à fala da presidente do STM, que pediu perdão por “erros na ditadura”/Reprodução/Youtube
O ministro do Superior Tribunal Militar (STM) Carlos Amaral expressou, nessa quinta-feira (30/10), que discorda do pedido de perdão, feito pela presidente Maria Elizabeth Rocha, pelos “erros e omissões” cometidos pelo tribunal durante a ditadura militar.
Para o magistrado, a fala da presidente “em nada agrega pela superficialidade e abordagem política”. Veja:
Amaral pediu que fosse registrada a solicitação para que a presidente “não faça em meu nome, ao se referir como porta-voz do STM, esse tipo de manifestação”.
“Expresso, no entanto, a minha total discordância quando fala em nome desse tribunal, o que inclui este plenário e, obviamente, me inclui. Registro que não lhe outorguei mandato, e nego essa delegação agora e peço registro disso. E nem isso acho que tenha sido feito por ocasião da sua eleição para a Presidência para manifestar-se em meu nome em temas que nada tenham a ver com as competências constitucionais afetas a este tribunal”, declarou.
“Peço registro da manifestação, uma vez que no futuro, esses posicionamentos dos quais discordo certamente serão objeto de estudo dos arqueólogos da história que, tenho certeza, ficarão intrigados por uma suposta unanimidade a tema que, certamente, exige reflexão da sociedade mas que o posicionamento da excelentíssima senhora presidente nada agrega pela superficialidade e abordagem política”, completou.
Pedido de desculpas
Maria Elizabeth é a primeira mulher a assumir o cargo de presidente do STM. No sábado, durante o ato conjunto na Catedral da Sé, centro de São Paulo, em memória aos 50 anos da morte de Vladimir Herzog, ela se mostrou incisiva na defesa da democracia, e disse: “Não podemos permitir que a ditadura retorne”.
“Estou presente neste ato ecumênico de 2025 para, na qualidade de presidente da Justiça Militar da União, pedir perdão a todos que tombaram, que sofreram, lutando pela liberdade do Brasil [aplausos]”, disse.
Fonte: metropoles.com/Samara Schwingel