Rubio recebe Mauro Vieira nesta 5ª para debater tarifaço e sanções

Encontro acontece em Washington, capital dos EUA. Expectativa é que diálogo facilite a revisão das tarifas e viabilize isenções/Foto: Arte/Metrópoles

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, se reunirão nesta quinta-feira (16/10) para tratar das negociações sobre as tarifas de 50% aplicadas pelo governo de Donald Trump aos produtos brasileiros, além das sanções impostas a autoridades.

encontro foi confirmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nessa quarta-feira (15/10).

Vieira, que foi designado por Lula para acompanhar as discussões sobre o tema, desembarcou na capital norte-americana, Washington, na segunda-feira (13/10). O convite para uma reunião presencial foi feito na semana passada pelo próprio secretário de Estado, quando os dois conversaram por telefone.

Rubio foi escolhido por Trump para capitanear as negociações. O membro do governo norte-americano é apontado como aliado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive nos EUA desde o início do ano e é apontado como principal articulador das sanções impostas ao Brasil.

A expectativa é que o diálogo facilite a revisão das tarifas, viabilize condições para negociações de isenções e reative canais de cooperação econômica e política, garantindo maior previsibilidade para as empresas e o comércio bilateral.

De acordo com fontes do governo brasileiro, a interlocução direta com Rubio aumenta as chances de avanços rápidos, evitando intermediários sem acesso direto ao presidente norte-americano.

No Planalto, a avaliação é que a retomada do diálogo pode reduzir tensões e abrir espaço para soluções concretas, com reflexos positivos para a economia brasileira e o fortalecimento da cooperação entre os dois países.

Diante da perspectiva de progresso nas negociações sobre tarifas e sanções, o encontro de Vieira e Rubio é visto como um momento crucial para redefinir o rumo das relações bilaterais e preparar o terreno para decisões estratégicas ao nível presidencial.

Tarifaço de Trump

  • Desde o início do mandato à frente da Casa Branca, 0 presidente dos EUA tem ameaçado o mundo com a imposição de tarifas comerciais, e vem dando atenção especial ao grupo do Brics e ao Brasil.
  • O presidente norte-americano chegou a ameaçar taxas de 100% aos países-membros do bloco que não cederem aos “interesses comerciais dos EUA”.
  • As tarifas que elevaram para 50% a alíquota de importação sobre parte das exportações do Brasil foram anunciadas em 30 de julho e entraram em vigor em 6 de agosto. Na ordem executiva que oficializou a medida, o governo norte-americano classificou o Brasil como um risco à segurança nacional, justificando a adoção da tarifa mais elevada.
  • A taxação é resultado da aplicação de uma sobretaxa de 40% sobre os 10% já cobrados desde abril deste ano, dentro do que o governo dos EUA chamou de “ajuste recíproco” das tarifas com seus principais parceiros comerciais.
  • Trump alegou que o governo brasileiro estaria promovendo perseguições e processos políticos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, o que “comprometeria os direitos humanos”.

Encontro de Lula e Trump

A reunião entre Vieira e Rubio pode ser vista como uma preparação para um futuro encontro presencial entre Lula e Trump, que ainda não tem data definida, mas pode ocorrer durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia, no fim de outubro.

Os líderes tiveram um breve encontro em 23 de setembro, durante a 80ª Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York. No evento, o norte-americano elogiou Lula no púlpito e revelou que eles se encontrariam em breve.

Após os acenos do republicano, os dois conversaram por telefone em 6 de outubro. O telefonema durou cerca de 30 minutos.

Conforme informado pelo Palácio do Planalto, na ligação, Lula destacou a importância do encontro na ONU para reaproximar Brasil e EUA, mencionou o superávit comercial norte-americano com o Brasil e solicitou a Trump a revisão das tarifas impostas sobre as exportações brasileiras. O brasileiro também pediu a suspensão das sanções contra autoridades do país.

Fonte: metropoles.com/Alice Groth, Daniela Santos

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