Revoltados por prefeita não respeitar Justiça, odontologistas denunciam falta de tudo e aprovam greve

Profissionais de Odontologia aprovam paralisação por tempo indeterminado na Capital (Foto: Divulgação)

Indignados com o não cumprimento de ordem judicial pela prefeita Adriane Lopes (PP), os odontologistas aprovaram, neste sábado (15), greve por tempo indeterminado na rede municipal de saúde. Eles denunciaram que falta de tudo nos postos de saúde, desde rolinhos de algodão e luvas até compressores quebrados.

Apesar de se “virarem nos 30” para atender a população, os profissionais não são respeitados pela prefeita. Os trabalhadores estão sem reajuste há três anos. Não conseguiram nem correção no auxílio alimentação, apesar que a prefeita, a vice-prefeita Camillla Nascimento de Oliveira (Avante) e secretários municipais tiveram reajuste de até 159% em três parcelas.

Em assembleia geral extraordinária realizada pelo SIOMS (Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul), eles decidiram, por unanimidade, deflagrar estado de greve. A denominação visa o objetivo de seguir os ritos legais até a paralisação de fato, como comunicar a prefeitura e avisar à população sobre a paralisação.

“Estamos tomando todo o cuidado para fazermos tudo de maneira legal, seguindo todos os passos que a lei de greve determina para defender efetivamente os nossos direitos enquanto profissionais”, explicou o presidente da entidade, David Chadid.

O dirigente relatou que a prefeitura descumpriu o prazo da ordem judicial para publicar o reposicionamento do plano de cargos e carreira. “O prazo encerrou e a gestão não cumpriu a ordem judicial, referendada até pelo STJ, ou seja, um flagrante desrespeito aos profissionais e à própria Justiça”, destacou.

Após as manifestações dos participantes, o presidente colocou em votação os itens da assembleia, sendo que a discussão, deliberação e votação sobre a possibilidade de deflagração de ESTADO DE GREVE por tempo indeterminado foi aprovado por unanimidade.

Chadid reforçou os motivos para a aprovação do estado de greve. “São três anos sem atualização salarial, a gestão não cumpriu a decisão sobre a regulamentação do auxílio alimentação, mas o estopim de tudo é o descumprimento da decisão judicial sobre reposicionamento de plano de cargos e carreira. Estamos abertos ao diálogo, mas nesse caso do plano de cargos e carreira não há o que questionar, pois decisão judicial não se questiona, se cumpre, e é isso que buscamos”.

“Queremos respeito a nossa categoria e ao poder judiciário. E é importante informar à população que, caso a gestão não cumpra com suas obrigações, em breve os cirurgiões-dentistas servidores públicos do Município de Campo Grande serão obrigados a paralisar parcialmente os atendimentos odontológicos nas unidades de saúde”, explicou o presidente.

A população mais uma vez pode ser penalizada pelo estilo da prefeita Adriane Lopes.

Fonte: ojacare.com.br/By Edivaldo Bitencourt