Rendimentos de ex-vereador somam R$ 78 mil como secretário de Adriane e aposentadorias

Valdir Gomes foi empossado secretário de Adriane em janeiro deste ano. (Foto: Divulgação)

Aposentado dos cargos de professor municipal e auditor fiscal, Valdir Gomes (PP) não tem do que reclamar após ter perdido a reeleição a vereador em 2024, pelo menos financeiramente. Apesar da derrota, o pepista ganhou da prefeita Adriane Lopes (PP) a vaga de secretário-executivo da Cultura. A soma das duas aposentadorias mais o cargo comissionado garante remuneração bruta de R$ 78.384,12 ao ex-parlamentar.

Acumular salários não é novidade para Valdir Gomes, que na época de vereador recebia R$ 15 mil da Câmara e mais R$ 6 mil como professor da rede municipal de ensino. Aliás, ser multitarefas é uma marca do secretário, pois como carnavalesco tem o título de Hors-Concours sendo um dos maiores nomes da festa popular em Mato Grosso do Sul.

O apreço pelo Carnaval colocou Valdir em uma enrascada quando era o coordenador do Centro de Convivência do Idoso “Vovó Ziza”. Ele e uma servidora foram denunciados porque a funcionária foi ao Rio de Janeiro no período da folia e Gomes validou a folha de ponto como se ela tivesse trabalhado no período. 

A servidora e o carnavalesco admitiram os crimes de improbidade administrativa e falsidade ideológica e fizeram um acordo para pagamento de multa civil de quase R$ 6 mil.

Agora Valdir Gomes se vê inserido no escândalo do pagamento de supersalários que marca a gestão Adriane Lopes, que vem impondo um pacote de austeridade à sociedade e aos servidores com salários mais modestos para colocar as finanças da prefeitura em dia.

No mês de maio, o secretário-executivo da Cultura recebeu R$ 17.369,58 de subsídio bruto, conforme o Portal da Transparência da Prefeitura de Campo Grande. Houve desconto de Imposto de Renda e previdência de R$ 4.557,84, e com isso o valor líquido ficou em R$ 12.811,74.

Graduado em Pedagogia e História pela Universidade FUCMAT, Valdir Gomes também é professor municipal aposentado. A aposentadoria paga pelo IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande) é de R$ 16.267,21. As deduções obrigatórias somam R$ 5.191,57, o que fez o valor líquido ser de R$ 11.075,64 em maio.

Valdir João Gomes de Oliveira ainda tem mais um holerite, o de auditor fiscal aposentado da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), pasta que chegou a comandar. A aposentadoria bruta pelo cargo é de R$ 44.747,33. A mordida do Imposto de Renda e outras deduções arrancam R$ 26.380,60. Com isso, pinga na conta R$ 18.366,73.

Com isso a remuneração bruta de R$ 78.384,12 rende, no final das contas, R$ 42.254,11.

Não recebo tudo isso

Valdir Gomes faz questão de esclarecer que os valores recebidos ficam distantes da remuneração bruta, principalmente em relação à aposentadoria como auditor, que de R$ 44.747,33 cai efetivamente na conta R$ 18.366,73, após os descontos de Imposto de Renda e do IMPCG, além da obrigação de ficar abaixo do teto municipal, referente ao salário de Adriane Lopes, R$ 26.943,05.

“Nenhum auditor pode receber mais do que o salário da prefeita. Não tem esse valor alto aí de quarenta e poucos mil. Eu não ganho isso. Só você olhar o desconto. É descontado R$ 26 mil para não passar o salário da prefeita. Você tem que olhar o líquido. Quem dera eu ganhar R$ 44 mil. Como eu aposentei por tempo de cargo e pela lei, eu teria direito a R$ 44 mil de salário, coisa que eu não tenho”, explica o secretário-executivo da Cultura. 

O carnavalesco acrescenta que é “normal uma pessoa aposentada querer trabalhar, se tem condição de trabalhar”.

“Não tenho nada a temer porque não estou fazendo nada de errado. Estou trabalhando e é justo pelo tempo de 40 anos de prefeitura”, encerra o ex-vereador.

Fonte: ojacare.com.br/By Richelieu de Carlo

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