Quem é o megatraficante aliado do PCC que ameaça guerra na fronteira. Veja vídeo
O governo dos Estados Unidos da América (EUA) está oferecendo US$ 2 milhões a quem tiver informações sobre o traficante/Foto: Arte/Metrópoles
Um dos homens mais procurados do mundo voltou a aparecer em vídeo, armado, cercado de criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e fazendo ameaças diretas a rivais e à polícia. A gravação, obtida com exclusividade pela coluna, teria sido feita no fim de semana em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, uma das bases de atuação da facção brasileira no tráfico internacional.
Na mensagem, Sebastián Enrique Marset Cabrera (foto em destaque), conhecido como “Jogador”, exibe fuzil, bandeiras e símbolos do PCC enquanto envia um recado: “Eu posso estar hoje aqui, amanhã no Paraguai, outro dia na Bolívia, outro dia na Colômbia. Estamos preparados para fazer guerra com quem for, com a polícia… Sempre prontos.”
O recado surge em meio à guerra silenciosa entre facções sul-americanas pela disputa das rotas da cocaína que abastecem a Europa, conflito que já derrubou chefes policiais e deixou um rastro de execuções na Bolívia e no Paraguai.
O governo dos Estados Unidos da América (EUA) está oferecendo US$ 2 milhões — cerca de R$ 10 milhões — a quem tiver informações que levem à prisão e/ou condenação de Sebastian.
Do presídio ao cartel internacional: a ascensão de Marset
Natural do Uruguai, Marset começou como traficante de maconha e foi preso em 2013. A cadeia mudou seu destino. Dentro da prisão Libertad, entrou em contato com integrantes do PCC, que já expandiam operações além do Brasil.
A aproximação deu ao uruguaio treinamento, logística e contatos, transformando-o, poucos anos depois, em um dos chefes do narcotráfico internacional mais procurados pela Interpol, pelo Paraguai e pelos Estados Unidos.
Operação milionária
Investigações da Bolívia e do Paraguai apontam que a rede liderada por Marset:
• enviou 16 toneladas de cocaína pura para a Europa nos últimos anos
• movimentou centenas de milhões de dólares em lavagem de dinheiro
• adquiriu 13 aviões, 80 caminhões, barcos e até gado para transporte e lavagem de capital
• infiltrou-se em clubes de futebol e negócios legais
Marset chegou ao ponto de comprar um time boliviano, onde atuava como dirigente e jogador usando identidade brasileira falsa.
O braço do PCC nas fronteiras
No vídeo obtido pela reportagem, Marset aparece ao lado de criminosos conhecidos no submundo como Patric Velinton Salomão, o Forjado, Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal e Sérgio Luiz de Freitas Filho, Mijão.
Todos apontados por agências de inteligência como operadores do PCC na fronteira Bolívia–Brasil–Paraguai, área estratégica para o megaesquema de exportação de cocaína.
Fonte: metropoles.com/Mirelle Pinheiro