Polícia Federal retoma investigação contra Adriane por compra de votos em 2024

Investigação da PF pode causar novas dores de cabeça para prefeita e vice (Foto: Arquivo)

A Polícia Federal retomou a investigação contra a prefeita Adriane Lopes (PP) e a vice-prefeita, Camilla Nascimento de Oliveira (Avante), por compra de votos nas eleições de 2024. O objetivo é apurar se houve captação ilícita e abuso de poder econômico, que pode levar à cassação da chapa e a convocação de pleito suplementar pela primeira vez na história de Campo Grande.

O inquérito policial é conduzido pelo delegado Marcelo Alexandrino de Oliveira, da Delegcia de Direitos Humanos e Defesa Institucional. O Jacaré teve acesso à intimação de uma das testemunhas citadas na Ação de Investigação Judicial Eleitoral do PDT e do Democracia Cristão.

A investigação abre uma nova frente contra a pepista, que ostenta índices recordes e históricos de desaprovação. De acordo com o Instituto Ranking Brasil Inteligência, 85% dos moradores da Capital desaprovam a gestão de Adriane.

O processo contra Adriane e Camilla subiu para o Tribunal Superior Eleitoral após o Tribunal Regional Eleitoral rejeitar a cassação dos mandatos pelo placar de 5 a 2. Os juízes foram quase unânimes de que houve compra de votos nas eleições do ano passado. No entanto, eles alegaram que não houve prova cabal de que a prefeita participou da captação ilícita de sufrágio.

Apesar de ela ter sido beneficiada, os magistrados alegaram que não houve nenhuma prova de que houve participação direta da prefeita no esquema criminoso.

O procurador regional eleitoral, Luiz Gustavo Mantovani, e os advogados Neweley Amarilla e , José Eduardo Rangel de Alckmin, interpuseram recurso especial. No entanto, o presidente do TRE, desembargador Carlos Eduardo Contar, rejeitou o recurso. Eles recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral, que deverá dar a palavra final.

A investigação da PF coloca o poder público e não os partidos como protagonistas da investigação contra Adriane. Todo o processo é conduzido pelo Procuradoria Regional Eleitoral. Houve tentativa de quebra de sigilo de assessores de Adriane envolvidos na compra de votos, mas o pedido chegou a ser negado pelo Tribunal Regional Eleitoral, também pelo placar de 5 a 2.

MPF vê indícios fortes

No recurso encaminhado ao TSE, Mantovani afirma que “restou demonstrada a existência de captação ilícita de sufrágio (compra de votos), em favor da campanha das candidatas ADRIANE BARBOSA NOGUEIRA LOPES e CAMILLA NASCIMENTO DE OLIVEIRA, a partir da adequada valoração material das provas”. “Houve a demonstração do inequívoco conhecimento e anuência das recorridas acerca da sua execução, a partir da valoração lógica do acervo probatório”, ponderou.

Assessores da prefeita realizaram repasse para compra de votos via Pix, conforme denúncias anexadas à ação protocolada pelo PDT e Democracia Cristã. A PF está ouvindo eleitores que teriam recebido dinheiro para votar na atual prefeita.

O inquérito corre em sigilo na PF e na Justiça Eleitoral.

Fonte: ojacare.com.br/By Edivaldo Bitencourt

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