Petição na França contra retorno de criticado pesticida soma 1,2 milhão de assinaturas
Pesticida foi considerado um ‘assassino de abelhas’© Ed JONES
Mais de 1,2 milhão de pessoas na França já haviam assinado uma petição nesta segunda-feira (21), instando o governo a reconsiderar a reintrodução de um criticado pesticida, o que provavelmente forçará um debate parlamentar público, mas não uma revogação.
A chamada “lei Duplomb”, nomeada em homenagem ao senador conservador que a promoveu, reautoriza o uso de acetamiprida, um pesticida conhecido por sua toxicidade para polinizadores, como as abelhas.
A lei está sendo analisada pela Conselho Constitucional, que deve emitir uma decisão até 10 de agosto.
– Macron é pressionado a não promulgar a lei –
A medida mais criticada é a reintrodução, por derrogação, deste inseticida da família dos neonicotinoides, proibido desde 2018, mas autorizado em outros países da Europa até 2033.
A reintrodução foi reivindicada pelos dois maiores sindicatos de agricultores do país, o FNSEA e o Coordenação Rural.
Os produtores de beterraba-sacarina alegam que, de outra forma, não têm como proteger eficazmente suas culturas e temem a concorrência desleal das importações de açúcar produzido com a ajuda de pesticidas proibidos na França.
O texto de compromisso acordado prevê uma reintrodução “para enfrentar uma ameaça grave que coloca em risco a produção agrícola”, sem limite de tempo, mas com uma cláusula de revisão ao final de um período inicial de três anos e, depois, anualmente.
O retorno dos neonicotinoides, particularmente tóxicos para as abelhas, tem sido amplamente criticado por apicultores, órgãos públicos de gestão de recursos hídricos e cientistas, que alertam para a persistência destas substâncias no ambiente, com os consequentes riscos para a saúde.
Após a decisão do Conselho Constitucional, o presidente francês, Emmanuel Macron, pode sancionar a lei ou solicitar uma segunda deliberação sobre o texto.
O grupo ambientalista Future Generations pediu ao presidente que não promulgue a lei, por ser “contrária aos princípios da precaução e da promoção de um modelo agrícola sustentável”.
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Fonte: msn.com/História de AFP