Observatório do Clima: COP30 arrisca ser a mais excludente da história
Ambientalistas alertam que alta no preço das hospedagens ameaça reduzir a participação de delegações na COP30/Foto: Rafael Medelima/COP30
O Observatório do Clima alerta que a crise dos altos preços das hospedagens ameaça tornar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que será realizada em Belém (PA), a “mais excludente da história”.
O grupo aponta negligência dos governos federal e do Pará e diz que a demora em resolver a questão das acomodações pode reduzir a participação de delegações, observadores e representantes da sociedade civil.
“Uma redução no número de delegados impactaria a própria legitimidade do que for negociado em Belém, dando aos países que não querem ver o Acordo de Paris prosperar a desculpa perfeita para atrapalhar a negociação. Uma COP esvaziada seria, além de um vexame histórico para o Brasil, uma preciosa oportunidade perdida para a humanidade num momento em que temos apenas cinco anos para manter viva a meta de temperatura do acordo do clima”, aponta o Observatório, formado por mais de 130 organizações ambientalistas.
Mudança
Como mostrou o Metrópoles, 25 países solicitaram que a conferência não seja realizada em Belém devido à alta nos preços das diárias. O governo brasileiro, no entanto, descarta a possibilidade de transferir a sede. Na quinta-feira (14/8), está prevista uma reunião com a ONU para discutir, entre outros temas, a crise envolvendo as hospedagens.
A nota do Observatório do Clima também traz críticas à organização da COP pela demora no lançamento da plataforma digital do meios de acomodação — lançada no início de agosto, a cerca de 100 dias do evento.
“O governo teve tempo para construir hotéis e trazer navios, entre outros itens que compõem as necessidades da conferência. Fez menos do que o necessário. Contou com a dedicação e extrema paciência da população local, que agora é cobrada injustamente sobre os preços extorsivos das acomodações. Estes são decorrentes da negligência do poder público, que ora lava as mãos e chama abuso de ‘lei da oferta e demanda’”, critica a nota.
Fonte: metropoles.com/Daniela Santos