Nelsinho e Tereza votam a favor e Soraya vota contra redução de pena para Bolsonaro
Nelsinho e Tereza defenderam a aprovação da redução das penas para os condenados pelos atos de 8 de janeiro, enquanto Soraya foi contra (Foto: Divulgação/Agência Senado)
Os senadores Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP) votaram a favor e Soraya Thronicke (Podemos) manteve o voto contra o PL da Dosimetria, que reduz a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. A proposta foi aprovada pelo Senado, na noite desta quarta-feira (17), pelo placar de 48 a 25.
O relator, senador Esperidião Amin (PP), de Santa Catarina, garantiu que o projeto não contemplará 160 mil criminosos, como chegou a ser aventado por especialistas. Também garantiu que não vai beneficiar chefes de facções, como Marcola e Fernandinho Beira-mar.
Ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, Tereza comemorou a aprovação. “Aprovamos no Senado Federal o projeto da dosimetria das penas relacionadas aos eventos de 8 de janeiro. O PL corrige excessos do Judiciário, reparando injustiças graves e condenações desproporcionais”, pontuou.
“O relatório do Senador Amin representa o consenso possível neste momento: punir crimes cometidos, mas com a necessária proporcionalidade. Visitei presídios, acompanhei casos e vi de perto a severidade exagerada das penas. Nosso papel é fazer justiça, superar impasses e seguir em frente pensando sempre no bem maior do Brasil”, justificou a senadora, que passou a se preocupar com a situação dos presídios brasileiros, sempre marcados pelas condições subumanas e pela superlotação.
Ao contrário do irmão, o ex-deputado federal Fábio Trad (PT), que participou de manifestações contra a anistia e a redução de penas pelos atos de 8 de janeiro, Nelsinho defendeu a aprovação da medida. Ele disse que sempre defendeu a anistia, desde quando os crimes de tortura e mortes causados pela Ditadura Militar que ficaram impunes.
“Aprovamos no Senado o PL da Dosimetria. Esta Casa do Equilíbrio tomou uma decisão responsável: ajustar penas que ultrapassaram a medida e recuperar proporcionalidade. Não se trata de absolver, mas de evitar condenações de 10, 12, 14 anos que não correspondem ao papel de cada um”, justificou-se.
“A história do Brasil mostra que pacificar faz o país andar. Agora é virar a página, deixar a polarização para trás e focar em desenvolvimento, emprego e renda”, defendeu.
Já para Fábio Trad, a punição tem o objetivo de punir e evitar que novos movimentos contra a democracia voltem no futuro. Ele sempre cita a luta do pai, Nelson Trad, contra a ditadura e em defesa da democracia. Agora, o projeto segue para análise do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode sancioná-lo ou vetá-lo. E ainda pode ser questionado no Supremo Tribunal Federal.
Fonte: ojacare.com.br/By Edivaldo Bitencourt