Intenção de consumo das famílias cai pelo terceiro mês seguido, aponta CNC

Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,5% em relação a setembro/Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Enfraquecimento da confiança dos consumidores está relacionado à taxa básica de juros elevada (Selic) e à incerteza quanto ao mercado de trabalho

Os brasileiros ficaram menos dispostos a consumir em outubro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (23) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,5% em relação a setembro, já descontados os efeitos sazonais, atingindo 101,0 pontos — o menor nível desde o início do ano, embora ainda dentro da zona de otimismo.

O índice acumula três meses consecutivos de queda e apresenta retração de 1,9% na comparação com outubro de 2024. De acordo com a CNC, o enfraquecimento da confiança dos consumidores está relacionado à taxa básica de juros elevada (Selic) e à incerteza quanto ao mercado de trabalho.

“Mesmo com os baixos índices de desemprego, a série da pesquisa indica a percepção de insegurança quanto aos próximos meses, fator que faz com que as famílias consumam menos para tentar dar conta das dívidas já criadas”, afirmou o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Nenhum dos sete componentes do ICF apresentou melhora em outubro. Os maiores recuos ocorreram no nível de consumo atual (-1,6%) e na perspectiva profissional (-1,6%). Também houve quedas em emprego atual (-0,6%), renda atual (-0,1%), perspectiva de consumo (-1,0%), enquanto o acesso ao crédito e o momento para compra de bens duráveis permaneceram estáveis.

Segundo o levantamento, a retração afetou todas as faixas de renda. Entre famílias com rendimento inferior a 10 salários mínimos, o índice caiu 0,5%, para 98,6 pontos, voltando à zona de insatisfação. Já entre as de renda superior a 10 salários mínimos, o ICF recuou 1,0%, para 112,9 pontos. Para a CNC, os resultados reforçam o comportamento cauteloso das famílias. “A necessidade do crédito para manter o consumo continua aquecendo o comércio imediato, mas a Selic mais alta afeta a inadimplência e reduz esse movimento”, destacou o estudo.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte: jovempan.com.br/Por Jovem Pan

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