Gaza: ataque israelense a centro de alimentos mata quase 30 pessoas
Pessoas tentavam obter comida quando foram mortas por forças israelenses, nesse domingo (3/8). Total de mortes por fome subiu para 175/Foto: Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
Ao menos 27 pessoas foram mortas pelas forças israelenses enquanto tentavam obter comida em um centro de distribuição de alimentos, nesse domingo (3/8). Outras seis morreram de fome ou desnutrição nas últimas 24 horas, informaram autoridades palestinas.
De acordo com as Nações Unidas, desde 27 de maio, pelo menos 1,4 mil pessoas foram mortas enquanto buscavam por alimentos em centros de distribuições, a maioria administrados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos Estados Unidos. A fundação afirma que usa apenas spray de pimenta ou dispara tiros de advertência para controlar multidões.
No total, 119 pessoas foram mortas em Gaza por tiroteios e ataques israelenses nas últimas 24 horas, incluindo aquelas que buscavam ajuda, disse o Ministério da Saúde de Gaza.
Na última semana, Israel negou veementemente que haja uma crise de fome em Gaza e anunciou medidas de ajuda ampliada. Entretanto, especialistas humanitários ouvidos pelo jornal britânico The Guardian afirmam que o país continua restringindo de forma severa a entrada de ajuda.
Também foi nesse domingo que o total de mortes por fome subiu para 175, das quais 93 eram crianças. Em julho, mais pessoas morreram de fome do que nos últimos 20 meses combinados, afirmam autoridades de saúde palestinas.
Desde o ataque liderado pelo Hamas em Israel, no dia 7 de outubro de 2023 – que matou cerca de 1.200 pessoas – pelo menos 60.839 pessoas foram mortas em Gaza em operações militares de Israel.
Ministro de Israel reza em templo muçulmano
Enquanto os ataques israelenses continuavam em Gaza nesse final de semana, Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional de Israel, fez orações na mesquita de Al-Aqsa – um dos lugares mais importantes para o Islã e o Judaísmo, localizada em Jerusalém Oriental.
O ministro liderou um grupo de cerca de 1.250 pessoas que oraram na mesquita sob a proteção do exército israelense.
A ação gerou provocou indignação entre as potências regionais, já que o local está sob custódia da Jordânia e, segundo um acordo de décadas, os judeus têm permissão para visitá-lo, mas não para rezar no local.
A Jordânia condenou a visita, que descreveu como “uma provocação inaceitável”. Seu Ministério das Relações Exteriores afirmou “a rejeição absoluta e a forte condenação do reino às contínuas incursões inaceitáveis do ministro extremista Ben-Gvir.”
Jordânia, Turquia e Arábia Saudita também criticaram o movimento.
“Condenamos veementemente a invasão realizada na Mesquita de Al-Aqsa por certos ministros israelenses, sob a proteção da polícia israelense e acompanhados por grupos de colonos israelenses”, disse o ministério das Relações Exteriores da Turquia em comunicado.
“A segurança da Mesquita de Al-Aqsa e a preservação da identidade sagrada de Jerusalém não são apenas prioridades regionais, mas também uma responsabilidade primordial em nome da consciência coletiva da humanidade”, afirmou.
Fonte: metropoles.com/Madu Toledo