Fux usa Globo para provocar Gilmar Mendes após conseguir mudança para a 2ª Turma do STF

Fux usa Globo para provocar Gilmar Mendes após conseguir mudança para a 2ª Turma do STF

Após a confirmação de seu pedido de mudança para a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luiz Fux provocou o presidente do colegiado, Gilmar Mendes, em declaração à jornalista Malu Gaspar, do Jornal O Globo.

“Agora ele pode falar dos votos proferidos lá sem cometer infrações previstas na Lei Orgânica da Magistratura, como fez anteriormente”, afirmou, em declaração que é entendida como uma declaração de guerra de Fux ao decano da corte.

Aliado histórico da Lava Jato, Fux recebeu uma reprimenda do colega após pedir vistas e travar o julgamento do processo em que o ex-juiz Sergio Moro (União-PR) é acusado de calúnia por afirmar em vídeo nas redes sociais “comprar um habeas corpus de Gilmar Mendes”.

Fux travou o processo quando o placar estava 4 a 0 contra o recurso da defesa de Moro para derrubar a decisão que o tornou réu.

Após o pedido de vistas, em uma salinha do STF, Mendes disparou: “Vê se consegue fazer um tratamento de terapia para se livrar da Lava Jato”.

Fux teria respondido que pediu vista para examinar o caso melhor e que estaria magoado com Mendes por falar mal dele. 

Na tréplica, o decano teria dito que fala mal de Fux, mas não pelas costas, e que o considera uma figura lamentável, citando como exemplo o voto de 12 horas no julgamento do núcleo crucial da organização criminosa que tentou um golpe de Estado.

Mendes ainda teria dito que após expor um voto de 12 horas “que não fazia o menor sentido”, Fux absolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para “condenar o mordomo”, em relação a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e único a ser condenado por Fux.

Declaração de guerra

A declaração ao jornal O Globo, portanto, revela que Fux está disposto a declarar guerra contra o presidente da 2ª Turma do STF. 

Isolado na primeira turma e sem clima após o voto de 429 páginas, lido em mais de 12 horas, para divergir da condenação de Jair Bolsonaro (PL) no processo sobre tentativa de golpe, Fux analisou dois quadros antes de pedir ao presidente da corte, Edson Fachin, a mudança.

Cada dia mais alinhado ao bolsonarismo, Fux tomou a decisão achando melhor seguir para a segunda turma, onde deve aderir às teses de André Mendonça e Kássio Nunes Marques, alçados à corte pelo ex-presidente.

O trio formará um bunker bolsonarista com votos majoritárias na segunda turma, que é presidida por Mendes e tem ainda Dias Toffoli. Além de votar ao lado dos bolsonaristas, Fux pode fazer frente aos processos da Lava Jato, relatados por Dias Toffoli que, recentemente, determinou busca e apreensão na 13ª Vara Federal de Curitiba, onde Moro atuou.

Fux avaliou que seria melhor ficar sob a tutela de Mendes, mas ao lado de Mendonça e Nunes Marques na segunda turma, do que permanecer isolado na primeira turma.

No entanto, ao anunciar o pedido de mudança na sessão desta terça-feira, o ministro ressaltou que pretende seguir julgando casos já abertos na primeira turma, especificamente os embargos declaratórios dos condenados do núcleo crucial do golpe, entre eles Jair Bolsonaro. 

Fonte: msn.com/História de Plinio Teodoro

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