Filipe Martins diz ter prova de que Cid criou minuta e tentou culpá-lo

Advogado de Filipe Martins, Jeffrey Chiquini diz ter documento inédito que indicaria participação de Cid e plano para despistar investigação/Foto: Reprodução/ redes sociais

A defesa de Filipe Martins sustenta que o tenente-coronel Mauro Cid redigiu um documento que previa golpe de Estado e, para tentar tirar de si o foco das investigações, apontou o ex-assessor internacional de Bolsonaro como o autor da minuta encontrada pela Polícia Federal (PF).

Essa linha será apresentada nesta terça-feira (9/12) ao STF por Jeffrey Chiquini, que representa Martins. O advogado diz ter encontrado um plano de golpe, no celular de Mauro Cid, em meio a 78 terabytes de provas disponibilizadas nos autos. Os metadados do arquivo inédito, sustenta, comprovariam que o militar escreveu o documento.

“Nós temos documentos exclusivos, inéditos, a apresentar na Corte amanhã. Nós conseguimos acessar o celular do Mauro Cid. Eu afirmo para vocês: Mauro Cid, diferente do que todo mundo imaginava, ele queria golpe. Ele criou uma minuta golpista e ele tentou convencer seus comandantes a dar um golpe de Estado. E tudo isso estava no celular dele, e foi omitido até hoje. Mauro Cid apresentou essa minuta aos comandantes, que não aderiram à sua vontade”, diz Chiquini.

“É uma minuta diferente, que foi omitida até agora, mas nós encontramos no celular do Mauro Cid. É um decreto no qual Mauro Cid queria instalar no Brasil um ‘tribunal constitucional militar’. E ninguém aderiu à vontade dele. Mauro Cid criou uma falsa narrativa para se blindar. Mauro Cid criou o Filipe Martins porque sabia que essa minuta dele poderia ser descoberta, e ele precisava achar um culpado para se defender”, afirma o advogado.

Julgamento no STF

Essa nova minuta é diferente da já identificada pela PF e que colocou Filipe Martins no banco dos réus. Quanto a esta, a defesa de Martins nega que o ex-assessor seja o autor e alega que a minuta foi fotografada por Cid em 28 de novembro, durante reunião do tenente-coronel com outros integrantes do Exército.

Em sua delação, Cid atribui a autoria a Martins, que chegou a ser preso preventivamente e agora aguarda o julgamento com tornozeleira eletrônica.

Chiquini classifica como “farsa” a trama golpista julgada pelo STF e diz que seu cliente está ansioso para ir ao tribunal. “Filipe Martins sonhava com esse julgamento. Ele cortou o cabelo, fez a barba. Ele ficou muito chateado quando os núcleos 3 e 4 passaram na frente do núcleo 2, porque temos tantas provas da inocência dele que estávamos aguardando ansiosamente por esse dia. Filipe está convicto de que será absolvido”.

Fonte: metropoles.com/Paulo Cappelli

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