Excepcional: Entenda por que a atuação do Choque em MS é crucial para o País
Muitas vezes destacado apenas por sua resposta rápida em um confronto de alta complexidade, o Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) representa muito mais que isso. Os policiais militares especializados desempenham um papel crucial na segurança pública do Estado e do Brasil, com atuação em frentes como o combate ao crime organizado e tráfico de drogas, controle de distúrbios civis e patrulhamento tático. Tudo isso com o apoio de outras instituições e atuação de toda a Polícia Militar do Estado.
Isso porque Mato Grosso do Sul contém extensa fronteira com o Paraguai e Bolívia, países conhecidos pela produção e trânsito de drogas, bem como pelo contrabando de armas ilegais, que abastecem o crime organizado em diversas partes do Brasil. A região também é palco de outros crimes transfronteiriços, como contrabando de mercadorias, descaminho e exploração de adultos e crianças.

É aí que entra o Batalhão de Choque. Em entrevista exclusiva do Jornal Servidor Público MS, o tenente-coronel da PM, Rigoberto Rocha da Silva, comandante do Batalhão de Choque, detalhou as atividades da unidade e desmistificou a ideia de que o Choque é sinônimo de letalidade. “Meu policial não sai na rua para usar a letalidade, ele está pronto e preparado para usar, mas só é usada quando necessária. A nossa missão não é essa”, ressaltou.
Essa filosofia se traduz em números impressionantes: 95% das prisões realizadas pelo batalhão são de autores de crimes, e não em confrontos letais.
“Nossa missão é o patrulhamento, zona de alto risco, combate ao crime organizado”. Fazem parte da unidade os pelotões da ROTAC (Rondas Ostensivas de Ações de Choque), a ROCAM (Rondas Ostensivas com Apoio de Motos) e o CANIL que atua em sua maior parte no faro de entorpecentes. A sua área de atuação se estende por todo o Estado de Mato Grosso do Sul.

Quanto ao controle da criminalidade, o comandante é convicto. “Em Mato Grosso do Sul, estamos numa situação muito confortável graças à atuação dos órgãos segurança pública”.
“Posso dizer que as facções não têm se instalado em Mato Grosso do Sul. Geograficamente é complicado porque é corredor de tráfico e descaminho. Hoje nós operamos baseados em informações de inteligência, temos parcerias com policiais de outros estados e interação entre agencias”.

“O dia a dia do batalhão é bem diferente do que se imagina. Eventualmente que o criminoso insiste em resistir e a gente aproveita o espaço para ressaltar: ‘Não resista! Se entregue’. Atualmente o policial é nível superior, dá muito valor ao trabalho dele que é vocacionado, dá valor a carreira dele e não vai cometer nenhuma loucura não. O policial está bem preparado para responder dentro da forma adequada, 95% dos casos ocorre a prisão do autor”.
“Hoje a Polícia Militar é muito legalista. Nossa situação no Estado é muito tranquila graças ao trabalho de toda Polícia Militar, desde o policial que atende a ocorrência no 190 até parte de planejamento e estratégia”, enfatizou.
Apoio da população e sensação de segurança
Para o cidadão, quando a segurança é invadida, seja num furto ou numa tentativa de homicídio, é instantâneo: a Polícia Militar é chamada. Por isso, no simples fato de ver viaturas transitando nos bairros é comum a sensação de segurança, principalmente para os comerciantes e trabalhadores autônomos que temem serem alvos da criminalidade.
A atuação do Batalhão de Choque é reconhecida e apoiada pela população. O trabalhador autônomo, Eduardo Garcia, evidenciou o trabalho dos militares. “A atuação do choque e excepcional, principalmente no combate às facções criminosas, esses guerreiros que não medem esforços para ajudar a população de bem. Não só́ a imprensa, mas o governado do Estado tem que ter orgulho de ter uma polícia que só́ tem objetivo de reduzir a violência e prender esses bandidos. Quero aproveitar e parabenizar pelo excelente trabalho desses policiais, o Choque está de parabéns, deveriam ter mais valorização pelo excelente trabalho que executam”.

Tiago Silva, proprietário de uma conveniência em um bairro da Capital, destacou a importância do policiamento ostensivo do Choque: “Para o cidadão de bem toda a diferença o policiamento ostensivo do Choque porque traz a redução da criminalidade. Além da sensação de mais segurança com respostas imediatas contra a criminalidade”.

“Eu como comerciante a 12 anos vejo o Choque sendo fundamental para segurança da população do Estado. Tinha que ter o melhor reconhecimento de todos”, evidenciou o comerciante de Campo Grande, Vanildo Martins.

“Do Alfinete ao Foguete”: Policiais preparados
A versatilidade é outra marca registrada do Batalhão de Choque. “Nosso policial, como todo o policial militar, vai para ocorrência que, até então pode ser uma discussão, podendo se complicar para uma tentativa de homicídio, estando apto para atuar. Ele atende do alfinete ao foguete”, explica o comandante. Essa preparação abrangente garante que os policiais estejam aptos a lidar com as mais diversas situações, desde pequenos delitos até operações de alta complexidade.
“Temos 180 homens no Choque, tivemos um avanço muito grande nos últimos anos, podendo operar em todo o Estado”, informa o comandante. A unidade conta com armamento avançado, como pistolas italianas e fuzis de alta precisão, além de começar a utilizar tasers, deixando o mínimo de lesão.

“Eu tenho que destacar aqui que o meu policial é diferenciado, tem que se especializar. Porque temos o CDC (Controle de Distúrbios Civis), que faz frente a reintegração de posse, desobstrução de via, rebelião em presídio, revista em estabelecimento prisional, então é outra demanda. Têm duas frentes: uma de patrulhamento e outra de Choque”.
“Nós somos a terceira polícia mais bem avaliada em nosso País. Tem dados impressionantes, quando vêm policiais de São Paulo da segurança pública eles ficam impressionados com a nossa entidade”.
“Facções aqui não se fortalecem”: O Choque na linha de frente contra o crime organizado
O combate ao crime organizado é uma das principais missões do Batalhão de Choque. “O que temos de informação é que são organizados, porém descapitalizados”, afirma o comandante Rocha. “Facções aqui não se fortalecem, tem os embates entre eles.” Essa atuação incisiva garante que Mato Grosso do Sul se mantenha como um Estado seguro, mesmo sendo rota de tráfico e descaminho.
“O pertencimento não Tem Preço”: O orgulho de ser do Choque

O comandante Rocha faz questão de ressaltar o orgulho e a satisfação dos policiais em fazer parte do Batalhão de Choque. “O que nos orgulha muito é o pertencimento de participar do batalhão, isso não tem preço”, afirma. Essa paixão pelo trabalho se reflete na excelência do serviço prestado à comunidade.
Por ser um batalhão especializado, algumas pessoas acreditam que a tropa teria outro nível salarial. “Só ganhamos mais trabalho, graças a Deus. Financeiramente ganhamos como qualquer outro policial militar. Mas satisfação é muito grande”.
Mulheres fortes: Polícia feminina tem a mesma preparação

“O percentual do choque é de cerca de 35% de formados no curso. Inclusive, temos três mulheres formadas no Batalhão, uma em cada pelotão. Uma policial feminina tem os dois cursos e são submetidas ao mesmo curso do pelotão, para a especialização o nível tem que ser igual independente se for policial feminina”, afirmou o comandante.
Temos todo um acompanhamento. Estamos bastante atentos, a PM disponibiliza atendimento psicológico, principalmente numa ocorrência pesada.
Proximidade com a Comunidade
O Batalhão de Choque busca fortalecer os laços com a comunidade por meio de ações sociais, como a Corrida do Batalhão do Choque, que chega à sua 6ª edição em 20 de setembro. “Desde a primeira edição foi sucesso absoluto, atualmente é a segunda maior corrida do Estado, quase 4 mil pessoas inscritas”, informou.

Números que impressionam:
- Mais de 90% de resolução de crimes
- 95% das prisões realizadas são de autores de crimes, sem letalidade
- Terceira polícia mais bem avaliada do País
- Mais de três toneladas de entorpecentes apreendidas em 2025 (Até 18/02/2025)
- 28 veículos recuperados em 2025 (Até 18/02/2025)
- 68 prisões em flagrantes este ano (Até 18/02/2025)
- 28 armas apreendidas em 2025 (Até 18/02/2025)
- Quase R$ 8 milhões de prejuízo ao crime somente em 2025 (Até 18/02/2025)
Roberta Cáceres/ Jornal Servidor Público MS