Em conversas, ex-adjunto da Educação é chamado de “muito fominha” ao cobrar propina

“Chefe está sem din din”, diz empresário após ser cobrado pelo ex-secretário-adjunto da Educação (Foto: Arquivo)

O ex-secretário-adjunto da Educação, Édio Antônio Resende de Castro, alvo da Operação Vox Veritatis, é chamado de “fominha” ao cobrar propina de empresários pelos repasses pagos pela pasta. Trechos da conversa foram destacados pela Polícia Federal na representação para pedir os mandados de busca e apreensão para investigar os desvios milionários.

Em uma das conversas, um empresário informa que está no Rio de Janeiro e vai comprar uma camisa do Flamengo para dar de presente para Castro. O “presente” é uma retribuição pelo pagamento de uma das notas fiscais, no valor de R$ 8,463 milhões a empresa responsável pelo fornecimento dos tablets.

A Agira Tecnologia e Comércio e Serviços foi contratada a partir da ata de preços da Prefeitura de Angra dos Reis (RJ). Com recursos federais do FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação), a Secretaria de Educação firmou contrato de R$ 11,930 milhões para a compra de tablets.

Com a liberação dos R$ 8,4 milhões, a empresa repassou R$ 423,1 mil para a L & L Comércio, de Leonardo Primo de Araújo. Em seguida, a empresa transfere R$ 127 mil para conta pessoal do sócio e ele saca R$ 35 mil antes de marcar um café com o ex-secretário-adjunto da Educação.

Em outra conversa entre dois empresários, um lembra que Édio enviou mensagem. “O chefe está sem din din”, comenta o empresário. “Tá doido”, reage Leonardo. Em seguida, ele chama Édio Antônio de Castro de “muito fominha”.

Em outra conversa obtida do aplicativo, Édio cobra reunião com o empresário. “Você não pode vir hoje?”, questiona. O empresário responde que está em Corumbá e marca o encontro para o dia seguinte.

As reuniões sempre são precedidas por saques de dinheiro. Para a PF, esses são indícios de que houve o pagamento de propina em dinheiro vivo a Édio Antônio Resende de Castro.

A Operação Vox Veritatis é a segunda ofensiva contra o ex-secretário-adjunto da Educação. Ele chegou a ser preso pelo Gaeco na Operação Turn Off, deflagrada em 29 de novembro de 2023 e foi solto por determinação do desembargador Emerson Cafure, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Fonte: ojacare.com.br/By Edivaldo Bitencourt

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *