Coordenador do Fórum de Servidores de MS destaca que a impunidade estimula criminalidade e ressalta a importância do debate sobre segurança pública
A segurança pública no Brasil enfrenta um desafio complexo, ainda mais em estados de fronteira como Mato Grosso do Sul, onde rotas de tráfico internacional impõem um obstáculo ainda maior. Para o coordenador do Fórum do Servidores Públicos de Mato Grosso do Sul, capitão da Reserva da PMMS, Thiago Mônaco Marques, a solução passa por um debate sobre a impunidade que, muitas vezes, estimula a criminalidade, e a importância de valorizar os profissionais da área de segurança pública. Mônaco também é vice-presidente da Associação dos Militares Estaduais de MS.
Mônaco ressalta que a proteção da população e o combate à criminalidade exigem mais do que apenas a coragem e a dedicação dos policiais. É fundamental, segundo ele, a existência de políticas públicas eficazes, construídas a partir do diálogo e da representatividade. O coordenador argumenta que, enquanto a impunidade for uma realidade, o crime continuará sendo uma escolha compensatória para muitos.
Essa análise vai ao encontro do que defende o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, que defende a necessidade de reformas legislativas e da valorização dos profissionais da segurança. O foco recai sobre a urgência de uma mudança no sistema que, segundo eles, oferece poucas consequências para os criminosos, enquanto exige sacrifícios diários dos policiais.
Em entrevista anteriormente ao Jornal Jovem Pan News, Guilherme Derrite não poupa críticas ao que chama de “fragilidade no sistema de justiça criminal”. Ele ressaltou o empenho das polícias em reduzir índices criminais e aumentar o efetivo, mas apontou que o esforço se depara com uma legislação que “só gera benefício para criminoso”. Para o secretário, a reincidência é o grande obstáculo, e a solução passa por leis que tornem o crime menos “compensatório economicamente”.
Derrite faz um apelo à classe política para um debate sem ideologias, destacando que a segurança pública é um tema universal. “O criminoso, quando está com a arma na mão, ele não faz a pergunta para qual partido político aquela vítima vota”, afirma. O secretário conclui que é responsabilidade de todos os parlamentares, “de esquerda, direita, centro”, tratarem o assunto com a devida seriedade.
Em sintonia com a visão de Derrite, o coordenador Thiago Mônaco, traz à tona o papel crucial dos militares que se comprometem com o ofício. Para ele, o reconhecimento não pode ser apenas simbólico. Ele aponta a necessidade de representantes comprometidos, tanto na política quanto nas entidades sindicais, para defender os direitos da categoria e lutar por “condições adequadas de trabalho”. A discussão sobre a valorização dos servidores públicos, de acordo com Marques, é um benefício para a sociedade como um todo, que recebe serviços de maior qualidade quando seus servidores são respeitados.
As falas de Derrite e Mônaco evidencia um consenso perante à segurança pública: o trabalho nas ruas, embora essencial, é apenas parte da solução. A batalha contra a impunidade e a busca por um sistema mais justo também dependem de um forte comprometimento político e da valorização dos profissionais que, corajosamente, vestem a farda todos os dias.

“Para que seu trabalho seja pleno, é preciso mais do que reconhecimento: é necessária a presença de representantes comprometidos, tanto na política partidária quanto nas entidades sindicais, capazes de defender os direitos da categoria e lutar por condições adequadas de trabalho”, pontuou Mônaco.
Ainda na entrevista, o Secretário de São Paulo destaca a bravura dos profissionais da segurança pública. “A gente tem que agradecer a Deus que ainda tem gente corajosa mesmo diante de tanta fragilidade no sistema de justiça criminal, que tem coragem de colocar uma farda, um distintivo para defender a sociedade em um sistema jurídico que só gera benefício para criminoso. A legislação nossa é uma piada de mau gosto, o baixo custo do crime gera certeza da impunidade, e o policial, infelizmente, faz esse serviço, que eu não gosto de falar disso, mas é uma realidade, de enxugar o gelo”.
Fonte: Roberta Cáceres/ Jornal do Servidor Público MS