Adriane não presta contas, nome da prefeitura para no “SPC” e atraso pode levar a nova greve

Adriane some do front em meio ao risco de nova greve no transporte coletivo, mentiras da prefeitura, calote e “nome sujo” por falta de prestação de contas (Foto: Divulgação)

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), deu um calote de R$ 117 milhões na Receita Federal e falhou na prestação de contas da Casa da Mulher Brasileira, causando a inscrição do nome da prefeitura no Cadin (Cadastro de Inadimplentes da União), uma espécie de “SPC” do poder público. Sem a certidão de regularidade fiscal, o Governo não pode repassar dinheiro ao Consórcio Guaicurus e o transporte coletivo pode ter nova greve.

Missionária da Assembleia de Deus Missões, a prefeita negou, desde o início da paralisação dos motoristas de ônibus, atraso no repasse às empresas de ônibus urbano. No entanto, nesta sexta-feira, em coletiva, a secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, admitiu o atraso.

A mentira foi confirmada em coletiva, que teve a presença ainda dos presidentes da Agetran, Paulo da Silva, e da Agereg (Agência Municipal der Regulação), José Mário Antunes. O município pagou R$ 2,3 milhões ao Consórcio Guaicurus, incluindo o valor em atraso.

“Nós da Prefeitura de Campo Grande estamos fazendo a nossa parte. Esperamos que o Consórcio Guaicurus cumpra com a parte dele a fim de não trazer maiores prejuízos para a nossa população”, afirmou Márcia.

A secretária confirmou que a prefeitura está como “nome sujo”. Isso impede o repasse de recursos pelo Governo do Estado. A informação foi repassada aos vereadores de Campo Grande.

Ex-prefeito desmente versão da prefeitura

O ex-prefeito Marquinhos Trad refutou a tese de que o município está inadimplente por causa da dívida de R$ 117 milhões com a Receita Federal do Brasil. O atraso no pagamento da dívida, cobrada pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, de acordo com o vereador, não é motivo suficiente para a inscrição do município no “SPC”.

De acordo com o vereador Marquinhos Trad (PDT), a prefeitura está com nome sujo porque não houve prestação de contas ela subsecretaria municipal das Mulheres, Angélica Fontanari, que deveria ter apresentado em julho e ainda não teria sido corrigido.

“O que realmente travou a certidão da Prefeitura foi a inadimplência no convênio nº 813280/2014, firmado com o Ministério das Mulheres, referente à Casa da Mulher Brasileira, sob responsabilidade da Subsecretaria da Mulher, comandada por Angélica Fontanari, amiga de passar férias juntas e aliada política da prefeita”, observou o vereador.

“Esse convênio aparece como inadimplente no CAUC desde 7 de julho de 2025, com o motivo expresso: ‘atraso na entrega da prestação de contas’. Um único registro como esse é suficiente para bloquear transferências voluntárias e impedir a emissão da certidão, segundo o próprio sistema federal”, garantiu.

“A secretária de fazenda, Márcia Hokama, voltou a repetir um padrão que já havia se tornado conhecido. Em outro momento, ela mentiu à Câmara Municipal, afirmando que o Município não estava recebendo repasses do Estado referentes às emendas do FIS o que foi desmentido documentalmente pelo governo estadual”, relembrou Marquinhos.

“Agora, reincide na prática, tentando fazer crer que o problema da certidão decorre de uma ‘dívida herdada’ ou de ‘pendências externas’, quando o bloqueio é resultado direto de uma falha da própria administração municipal”, acusou.

“Enquanto isso, a cidade vive o início de um colapso: os ônibus ameaçam parar, os repasses estaduais foram bloqueados, e serviços essenciais estão em risco, tudo porque a Prefeitura não entregou uma simples prestação de contas”, lamentou o pedetista.

Presidente da Agetran, Paulo da Silva (de amarelo), Márcia Hokama, e José Mário, da Agereg, falam em coletiva sobre o repasse e desmentem versão anterior de que repasse estava em dia (Foto: Divulgação)

Prefeita some

Não é a primeira vez que Campo Grande enfrenta ameaça de greve no transporte coletivo. Os outros prefeitos, André Puccinelli (MDB), Nelsinho Trad (PSD), Alcides Bernal (PP), entre outros, enfrentaram problema semelhante. Na época, os trabalhadores do transporte coletivo paravam por causa de reajuste salarial.

Agora, os motoristas paralisam as atividades para receber os salários. A diferença é que nas gestões anteriores, os prefeitos assumiam a negociação, davam entrevista para a imprensa, participavam das audiências de conciliação na Justiça e negociavam com os empresários e trabalhadores.

Adriane Lopes sumiu de cena. Nem do evento com as ministras do Planejamento, Simone Tebet, e da Gestão, Ester Dweck, para receber imóveis para a prefeitura, ela apareceu. A prefeita sumiu do front para resolver os problemas da cidade, enquanto a população vive o suspense de que o transporte coletivo pode parar a qualquer momento.

Desde a posse, em abril de 2022, a progressista vem governando com a ideologia bolsonarista. Apesar da prefeitura depender de recursos federais, Adriane foge de eventos com ministros e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela ainda não adotou o estilo de governar para todos e buscar o que é melhor para a cidade. A questão é saber, busca o melhor para quem?

Transporte coletivo: Governo atrasa repasse porque prefeitura está com “nome sujo” e repasse não pode ser feito sem a certidão (Foto: Divulgação)

Fonte: ojacare.com.br/By Edivaldo Bitencourt

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *