Governo diz que repasses estão em dia e Santa Casa busca R$ 14 milhões para pagar 13º
Médicos, enfermeiros e administrativos cruzam os braços nesta segunda-feira. (Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado)
Diante da greve dos enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, e funcionários do setor administrativo e limpeza, a direção da Santa Casa afirma que precisa de R$ 14 milhões para pagar o 13º salário dos trabalhadores do hospital e tenta angariar o recurso por meio de empréstimo.
O Governo do Estado, por sua vez, informou que está em dia com todos os repasses financeiros para o maior de Mato Grosso do Sul e negou ser responsável pelo parcelamento do pagamento do 13º dos funcionários da Santa Casa.
Conforme nota da Secretaria Estadual de Saúde (SES), os repasses referentes à contratualização da Santa Casa são realizados regularmente para a Prefeitura de Campo Grande, sempre até o quinto dia útil.
Entre janeiro e outubro, o governo repassou R$ 90.773.147 ao hospital, com média mensal de R$ 9.077.314,70. Em novembro, houve acréscimo de R$ 516.515,89, elevando o repasse mensal para R$ 9.593.830,59.
O Estado informou que destinou R$ 25 milhões ao hospital por meio de recursos da bancada federal em 2025.
Em coletiva nesta segunda-feira (22), o presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, voltou a dizer que as dificuldades financeiras são resultado do desequilíbrio econômico do contrato com a prefeitura da Capital, que tem gestão plena do SUS (Sistema Único de Saúde).
“Estamos na ‘Escolha de Sofia’. Ou guardava dinheiro para o 13º ou deixava morrer gente na Santa Casa”, declarou Alir.
Crise sem fim
Para evitar que a Santa Casa de Campo Grande feche as portas, o Ministério Público Estadual apelou à Justiça para conceder liminar e obrigar a prefeitura e o Governo do Estado a adotar um plano de urgência para socorrer o hospital, o maior de Mato Grosso do Sul com 600 leitos e responsável por 60% do atendimento estadual de alta complexidade.
O juiz Eduardo Lacerda Trevisan, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, ameaça bloquear R$ 12 milhões por mês se a prefeitura e o governo não apresentarem, em 90 dias, um plano com soluções factíveis para acabar com eterna e gravíssima crise na Santa Casa de Campo Grande.
O risco de colapso do hospital foi constatado por inúmeras vistorias do MPE, dos conselhos regionais de Enfermagem (Coren/MS) e de Medicina (CRM/MS). Médicos não recebem salários há seis meses, a dívida da instituição supera R$ 700 milhões e a prefeita da Capital, gestora do SUS, Adriane Lopes (PP), só aparece preocupada com a iluminação de Natal.
Reunião após reunião, mês após mês, o hospital vai agonizando, serviços são suspensos e pacientes vivem a agonia da espera por cirurgias, que não acontecem, e do agravamento do estado de saúde sem solução por parte da prefeita Adriane Lopes (PP), já que o município tem a gestão plena do SUS (Sistema Único de Saúde).
O Governo do Estado alega que a responsabilidade é da prefeitura, que tem gestão plena. O município alegou que o Governo Federal deveria ser chamado para discutir o reajuste na tabela do SUS.
Fonte: ojacare.com.br/By Richelieu de Carlo