Gastando fortuna com aluguel, Adriane pediu ambulâncias em 2023 e agora diz estar sem verba

Depois de receber seis ambulâncias novas, prefeitura diz estar sem verba para colocá-las em operação.(Foto: Reprodução/Divulgação)

A Prefeitura de Campo Grande está sem dinheiro para colocar seis ambulâncias novas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em operação e ampliar o atendimento à população. Esse é o resumo da resposta da gestão Adriane Lopes (PP) ao Ministério Público Estadual na investigação que apura o motivo das viaturas estarem paradas, enquanto o município gasta uma fortuna com aluguel de veículos.

As seis ambulâncias foram doadas pelo Ministério da Saúde em abril deste ano. O órgão respondeu o MPE, no dia 12 de dezembro, e informou que atendeu a um pedido da prefeita Adriane, realizado em outubro de 2023, no qual o Paço Municipal se comprometeu a emplacar e contratar seguro dos veículos, formalizando interesse em participar do projeto de seleção do Novo PAC no eixo saúde.

Mais de dois anos depois da requisição, as viaturas chegaram e ficaram paradas na base do Samu, enquanto cinco ambulâncias alugadas continuam em operação. O contrato de locação firmado em julho de 2024, tem custo mensal de R$ 14.295,25 por unidade, totalizando mais de R$ 70 mil mensais.

A situação mostra mais um problema na gestão da pepista à frente do Paço Municipal. Adriane pediu as ambulâncias para ampliar o atendimento à população, mas não se planejou para colocar as unidades em operação, e agora alega falta de verba.

Declaração de compromisso assinado por Adriane enviado ao Ministério da Saúde há mais de dois anos. (Foto: Reprodução)

Embora a prefeitura tenha alegado falta de equipes para ativar as novas viaturas, o MPE identificou que as mesmas equipes que operam os veículos alugados poderiam ser alocadas nas ambulâncias doadas, “evidenciando uma escolha administrativa que priorizou a manutenção do contrato de locação”.

A 76ª Promotoria de Justiça abriu inquérito para entender a lógica da administração de Adriane de torrar dinheiro com veículos alugados enquanto deixava novos, que não teriam custo nenhum ao poder público, parados.

Em resposta ao MPE, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou que a ampliação de seis equipes de suporte básico exige a contratação de novos profissionais, a adequação da infraestrutura física e a implantação de novas bases descentralizadas.

“Essas medidas demandam significativo aporte orçamentário e financeiro por parte do Município. No entanto, no presente exercício, não há dotação orçamentária suficiente para viabilizar imediatamente essa expansão, o que, por ora, impede a utilização das ambulâncias para sua finalidade original”, justificou o superintendente da Atenção Especializada e Urgência à Saúde, Yama Albuquerque Higa.

O superintendente afirma, no ofício enviado em 4 de dezembro, que a prefeitura está em tratativas com o Ministério da Saúde para obter autorização de uso provisório das ambulâncias como veículos de manutenção e reserva de frota, até que seja possível efetivar a ampliação das seis equipes de suporte básico.

Higa explicou que essas ambulâncias ainda não estão habilitadas para funcionamento nem contam com repasses financeiros federais ou estaduais.

Atualmente, a frota ativa do Samu de Campo Grande é composta por 14 ambulâncias habilitadas, sendo cinco locadas, seis recebidas em dezembro de 2024, uma recebida em abril de 2025, e duas adquiridas com recursos próprios da Capital.

“A manutenção dessas 14 ambulâncias em operação é imprescindível, pois a habilitação, a qualificação e os repasses financeiros federal e estadual dependem diretamente dessa condição. Caso contrário, o município poderá perder o repasse correspondente”, esclareceu Higa.

Diante disso, as equipes que operam os veículos em operação não podem ser realocadas para as unidades previstas na ampliação, conforme o pedido feito por Adriane Lopes ao Ministério da Saúde, em outubro de 2023.

Resposta da prefeitura ao Ministério Público Estadual sobre os motivos das ambulâncias estarem paradas. (Foto: Reprodução)

Acúmulo de problemas

Campo Grande enfrenta uma das mais graves crises da sua história política, com a população sofrendo com o colapso na saúde, buraqueira nas ruas, greve no transporte coletivo, aumento de impostos e servidores sem reajuste, entre outros problemas da gestão de Adriane Lopes.

A promessa de se transformar em uma das grandes administrações da Capital fracassou no primeiro ano de gestão. Apenas a prefeita tem o que comemorar no “Natal dos Sonhos”, já que teve aumento de salário junto com a vice-prefeita, Camilla Nascimento Oliveira (Avante), e os secretários.

Enquanto médicos, profissionais de enfermagem, odontologistas e guardas municipais tiveram redução nos salários com o corte dos adicionais de difícil acesso, por exemplo, os secretários continuaram recebendo encargos especiais e jetons, que quase dobram os vencimentos.

Quem trafega pelas ruas e avenidas da Capital tem sofrido para desviar de buracos e não ter despesa extra com conserto de amortecedor, pneus, entre outros problemas com os veículos. A administração municipal foi tão “eficiente”, que optou por retomar a operação tapa-buracos apenas durante o período chuvoso.

E para completar o caos, motoristas do transporte coletivo pararam por quatro dias, deixando 100 mil usuários a pé na 2ª greve mais longa da história. O comércio amargou prejuízo de R$ 40 milhões e deve perder a esperança de bater recorde com as vendas e ter o melhor Natal de todos os tempos. A indústria também contabiliza prejuízos que podem superar R$ 200 milhões.

Ambulâncias foram entregues em abril de 2025. (Foto: Divulgação/PMCG)

Fonte: ojacare.com.br/By Richelieu de Carlo

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