INSS: Careca poupa Lulinha; membros da CPMI tem “convicção” de envolvimento

Fábio Luis Lula da Silva (Lulinha), ao centro, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva  • 24/01/2007 – ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO

Integrantes da CPMI do INSS divergem e dizem ter convicção da participação de Lulinha

O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, em conversas que teve com interlocutores nas últimas semanas, poupou o filho do presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, de participação no esquema de fraudes do INSS.

O nome do filho do ex-presidente reapareceu como possível beneficiário do esquema nesta quinta-feira, após uma nova fase da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, mirar a empresária Roberta Luchsinger, amiga de Lulinha.

Segundo a Polícia Federal, as investigações apontaram o pagamento de uma mesada de R$ 300 mil a uma empresa dela, na qual o “Careca do INSS” faz referência, em mensagens, a que esse valor seria para “o filho do rapaz”, sem especificar quem seria o rapaz.

A interlocutores, Careca têm levantado a possibilidade de o “filho do rapaz” ser o filho de outra autoridade de peso na política brasileira. Por outro lado, não descartam que ele possa vir a fazer uma colaboração premiada após a operação da PF desta quinta-feira, tendo em vista que seu filho foi preso, Romeu Carvalho Antunes.

Integrantes da CPMI do INSS apostam nesse caminho: o de que a operação desta quinta-feira possa ampliar o horizonte das investigações.

Eles relataram à CNN ter a “convicção” de que “o filho do rapaz” é Lulinha e que, além de Roberta Luchsinger, outro alvo da operação, a publicitária Danielle Fontenelles, também era contato do filho de Lula no esquema.

A percepção dos parlamentares da comissão é a de que Lulinha teria utilizado sua condição de filho do presidente para abrir portas, especialmente na Anvisa e no Ministério da Saúde, órgãos citados expressamente pela Polícia Federal nas investigações.

Fontenelles prestava serviços de publicidade ao PT e é radicada hoje em Portugal. Ela atuou por um tempo em campanhas petistas, como a de Dilma Rousseff à Presidência em 2010, e a do ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel ao Senado, no mesmo ano.

A agência da qual ela era sócia, a Pepper, foi alvo de uma operação da Polícia Federal, em 2016, que apurava repasse de caixa dois para pagar campanhas. Ela acabou fechando uma colaboração premiada, na qual admitiu ter pago comissões para obter contratos de publicidade em ministérios. Ela deixou de fazer campanhas para o PT em 2015.

O objetivo da CPMI agora é conseguir ampliar o prazo das investigações até o final de 2026, coincidindo, portanto, com o período eleitoral, e furar o bloqueio da tropa de choque governista que, como mostrou a CNN Brasil, atua para barrar o avanço de investigações de alvos da PF.

O presidente Lula defendeu, nesta quinta-feira (18), que todas as pessoas envolvidas, mesmo que indiretamente, no esquema de descontos ilegais de aposentados e pensionistas do INSS sejam investigadas, incluindo familiares.

“É importante que haja seriedade para que a gente possa investigar todas as pessoas que estão envolvidas, todas as pessoas. Ninguém ficará livre. Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado”, afirmou o presidente.

Fonte: cnnbrasil.com.br/

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