Preso pela Guarda e xingado por Adriane, professor cobra indenização de R$ 150 mil

Washington Alves Pagane foi detido pela Guarda Municipal na abertura do Natal dos Sonhos: ele viveu um pesadelo ao exercer o direito constitucional de se manifestar na 14 de Julho (Foto: Arquivo)

Preso pela Guarda Municipal durante o protesto realizado na abertura do “Natal dos Sonhos”, no dia 29 de novembro deste ano, e acusado por Adriane Lopes (PP) de levar “bandidos armados” para realizar “baderna”, o professor Washington Alves Pagane também ingressou com ação na Justiça para cobrar R$ 150 mil por danos morais da prefeita da Capital.

Essa é a 4ª ação na Justiça contra a pepista na Justiça em decorrência das declarações polêmicas feitas ao programa Tribuna Livre, da FM Capital, no dia 2 deste mês, na qual desqualificou os protestos e atacou os adversários.

Um dos organizadores do protesto convocado pelas redes sociais, Pagane liderou o protesto contra Adriane, já considerada a pior prefeita da história de Campo Grande. De acordo com o Instituto Ranking Brasil, 85% dos moradores da Capital desaprovam a atual gestão.

O protesto reuniu 20 pessoas e passaria despercebido na noite de sábado (29) caso a Guarda Municipal não usasse a violência e a truculência contra os manifestantes. Vídeos com uma idosa e uma mulher sendo agredidas e jogadas ao chão pela Guarda Municipal viralizaram nas redes sociais e grupos de aplicativos, ampliando o desgaste de Adriane.

Washington Alves Pagane foi preso e encaminhado à delegacia da Polícia Civil, onde foi autuado por desacato. No rádio, Adriane o acusou de “orquestrar os protestos” a mando do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) e da ex-vice-governadora Rose Modesto (União Brasil). E ainda acusou o organizador de levar “bandidos com mais de 50 passagens pela polícia e armado” para o ato.

“As declarações em questão foram proferidas em contexto de ampla audiência e replicadas em redes sociais e veículos digitais, com a multiplicação de conteúdo que associa o organizador do protesto a risco social grave, potencializando a exposição pública do Querelante e alimentando uma narrativa de ‘professor articulador de bandidos armados’”, destacou o advogado Antony Douglas da Silva Martines na ação indenizatória por danos morais protocolada nesta quinta-feira (11).

Impopular e alvo de protestos, Adriane partiu para ataque e virou alvo de ações na Justiça por acusações sem provas (Foto: Arquivo)

Prefeita fez acusações levianas e infundadas

“As imputações falsas e levianas causaram danos profundos à reputação pessoal e profissional do Autor, que, sendo educador, depende da confiança e do respeito da comunidade. A associação de sua imagem à criminalidade gerou um estigma social, submetendo-o a julgamento público, descrédito e hostilidade, o que resultou em grave abalo psicológico, com sintomas de ansiedade e angústia, que o levaram a necessitar de acompanhamento médico e uso de medicamentos”, contou o defensor.

“Diante da flagrante ofensa à sua honra, não restou alternativa ao Autor senão buscar a tutela jurisdicional para a devida reparação”, lamentou o advogado, sobre os ataques da prefeita de Campo Grande.

O advogado relatou como ocorreu a manifestação na Rua 14 de Julho. “No dia, os manifestantes ficaram no local destinado pela própria Guarda Civil Metropolitana. Todavia, durante o protesto, mesmo a guarda municipal solicitou que as faixas fossem retiradas, e, posteriormente, com muita truculência, invadiram o local dos manifestantes e perderam o Professor, imputando injustamente, o crime de resistência e desobediência, tudo sob o crivo do secretário municipal”, contou, citando o titular da pasta, Anderson Gonzaga.

“Essa criminalização do movimento e falsa imputação ao Professor, ora Autor, gerou tamanho dano, que os cidadãos campo-grandenses começaram a questioná-lo sobre as intenções do protesto, bem como, vincular os atos aos políticos mencionados pela Prefeita”, afirmou.

“Logo, é que nítido ao proferir inverdades, imputando ao Autor a conduta de organizar criminosos para colocar em risco a população, bem como, induzindo que este era contratado por políticos para fazer “manifestações” orquestradas, a Ré macula a honra do Autor, através de condutas tipificadas no Código Penal brasileiro”, frisou Martines.

Outras ações

Na defensiva, com a cidade tomada por buracos e a população sofrendo com a falta de remédios, médicos, exames e consultas nos postos de saúde, Adriane decidiu ir para o ataque. No entanto, o tiro saiu pela culatra e parte da população se solidarizou com os alvos dos ataques.

Marquinhos ingressou com queixa-crime por calúnia e difamação. Rose interpelou Adriane para cobrar explicações. Mãe atípica e professora, a professora de educação física Elisângela Silva de Souza, que foi agredida pela Guarda Municipal, entrou com ação cobrando R$ 200 mil de indenização por danos morais.

Vereador, ex-deputada e mãe atípica já entraram com ação na Justiça contra polêmica entrevista de Adriane Lopes (Foto: Arquivo)

Fonte: ojacare.com.br/By Edivaldo Bitencourt

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