Rose cobra no TJMS explicações de Adriane sobre acusação de contratar “bandidos” para protesto
Adriane acusou Rose de patrocinar protesto e ex-adversária cobra explicações na Justiça. (Foto: Reprodução)
A ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) ajuizou, nesta sexta-feira (5), pedido de interpelação criminal da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP). Ela quer que a chefe do Poder Executivo da Capital explique, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, a acusação de que a ex-vice-governadora contratou “bandidos com mais de 50 passagens pela polícia” para fazerem a manifestação na abertura dos festejos de Natal.
Ao pedir esclarecimentos antes de ajuizar uma ação penal, Rose adota uma postura mais cautelosa do que o ex-prefeito Marquinhos Trad (PDT). Ele já foi direto ao TJMS com queixa-crime contra Adriane por “propagar mentiras” e pede a condenação da chefe do Paço Municipal ao pagamento de R$ 150 mil pelo crime de calúnia e danos morais.
Tanto Rose quanto Marquinhos foram alvos de acusações feitas pela prefeita de Campo Grande durante entrevista concedida ao programa Tribuna Livre, da FM Capital, na última terça-feira (2). Adriane acusa ambos de orquestrarem os protestos contra sua gestão durante evento da prefeitura.
No pedido de interpelação criminal, o advogado Newley A. S. Amarilla apresentou a transcrição das declarações de Adriane durante a entrevista. “Manifestantes contratados pelo Marquinhos Trad e pela Rose Modesto, para tumultuar”, diz uma das citações.
“Mas num evento de crianças, um professor orquestrar, levar bandidos com mais de 50 passagens pela polícia, armados, para trazer desconforto e baderna para um evento de crianças”, aponta outro trecho. “Mas fomos surpreendidos por um ataque coordenado que tem acontecido em todos os eventos da Prefeitura”.
“Mas uma desocupada que só faz gravar vídeos e atacar os eventos da Prefeitura e atacar a minha honra”, disse a prefeita, durante a entrevista. “Mas eles [guardas municipais] foram surpreendidos por pessoas armadas. Você acha que os pais de família, as mães de família, esperavam bandidos se manifestando no meio de um evento de crianças no Natal?”.
Após reproduzir as falas de Adriane, o advogado de Rose defende que a prefeita “ataca a honra” da ex-deputada federal.
“Todavia, se observados apenas os trechos negritados, exsurge alguma equivocidade ou obscuridade que precisa ser debelada para que a via da queixa crime seja pavimentada, especificamente em relação ao crime de calúnia”, explica Newley Amarilla.
“Explica-se: está claro que a interpelada acusa a interpelante de ter contratado manifestantes, mas não está suficientemente claro se foi ela quem contratou os tais manifestantes armados, inclusive “bandidos com mais de 50 passagens pela polícia”, esclarece o advogado.
A defesa de Rose Modesto quer que Adriane Lopes responda os questionamentos abaixo:
- I) Confirma que foi a interpelante Rose Modesto quem contratou manifestantes para o ato referido na indigitada entrevista?
- II) Confirma que foi a interpelante quem contratou “bandidos com mais de 50 passagens pela polícia, armados, para trazer desconforto e baderna para um evento de crianças”?
- III) Quem é o “professor” referido à 1h25min02s da entrevista?
- IV) Quem teria contratado este professor referido no quesito acima?
- V) Se as explicações ou respostas aos quesitos II) e IV) anteriores implicarem direta ou indiretamente a interpelante, quais provas ou evidências a interpelada possui da vinculação da interpelante a essas contratações?
- VI) No lapso entre 1h26min:50s e 1h26min:57s do programa, a interpelada refere-se à interpelante como “uma desocupada que só faz gravar vídeos e atacar os eventos da Prefeitura e atacar a minha honra”; isto posto, queira a interpelada esclarecer ou enunciar: (i) os eventos da Prefeitura atacados pela interpelada, a data em que ocorreram e em que consistiram tais ataques; queira ela, também, (ii) esclarecer ou enunciar os ataques à honra a ela perpetrados pela interpelante, a data em que ocorreram e em que consistiram tais ataques.
O pedido de interpelação criminal está sob relatoria do desembargador Jonas Hass Silva Júnior, na Seção Especial – Criminal do TJMS.
Fonte: ojacare.com.br/By Richelieu de Carlo