Copom decide taxa Selic. Mercado prevê manutenção dos juros em 15%

O Comitê de Política Monetária (Copom) decide nesta quarta-feira (5/11) qual o patamar da taxa de juros no país, atualmente em 15% ao ano/BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne nesta quarta-feira (5/11), para deliberar a taxa de juros básica do país, a Selic, que ficará vigente pelos próximos 45 dias. A expectativa é que a Selic seja mantida em 15% ao ano até o final de 2025. Se confirmado, essa será a terceira reunião seguida com o patamar atual.

Apesar de grande parte do mercado financeiro acreditar em uma estabilização dos juros, alguns analistas apostam que os primeiros cortes serã0 realizados já na próxima reunião, que ocorrerá em dezembro.

Entenda os juros no Brasil

  • A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação.
  • Os integrantes do Copom são responsáveis por decidir se vão cortar, manter ou elevar a taxa Selic, uma vez que a missão do Banco Central (BC) é controlar o avanço dos preços de bens e serviços do país.
  • Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país.
  • Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores.
  • Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula (PT) e o mandato do presidente Gabriel Galípolo à frente do BC.
  • A próxima reunião do Copom está prevista para os dias 9 e 10 de dezembro.

A expectativa do mercado está ancorada nas sinalizações do BC sobre o assunto. No último comunicado, o Copom afirmou que o cenário atual está marcado por incertezas e exige cautela na condução da política monetária.

“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.”, disse o texto.

No entanto, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, já afirmou publicamente que a autoridade monetária nã0 está satisfeita com o atual patamar de juros no país.

Apesar disso, ele defendeu que os integrantes do colegiado vã0 continuar perseguindo o centro da meta de inflação, fixado em 3% ao ano, mesmo que os juros cheguem a patamares restritivos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a equipe econômica dele pediram que os membros do Copom votem pela diminuição do atual nível dos juros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a dizer que se fosse diretor do BC, votaria a favor de reduzir a taxa Selic.

O que favorece a manutenção da taxa de juros

Entre os fatores que justificam a manutenção da taxa, segundo o Copom, estão a desaceleração gradual da atividade econômica, o processo, ainda que lento, de reancoragem das expectativas de inflação e a acomodação dos dados de crédito, que têm reagido de forma condizente com o estágio atual do ciclo de política monetária.

Segundo a Warren Investimentos, para essa reuniã0, o Comitê deve reiterar que os riscos seguem mais elevados do que o usual, sem alterações relevantes no balanço de riscos apresentado nas comunicações anteriores. Por isso, a consultoria aposta na manutenção da taxa em 15% ao ano.

“No nosso cenário, projetamos a manutenção também na reunião de dezembro. A partir de janeiro, o cenário deve evoluir para permitir um corte inicial de 25 pontos base (bps), seguido por reduções subsequentes entre 25 e 50 bps, encerrando o ano com a Selic em 12,25%, patamar que ainda se configura como restritivo”, avaliou.

Os analistas do Banco Daycoval também esperam a manutençā0 da taxa de juros, no entanto, apostam na mudança no tom do comunicado.

“A nossa expectativa é que o Banco Central mantenha a taxa de juros inalterada em 15% a.a. O comunicado deve seguir firme. Contudo, entendemos que o Copom possa retirar o trecho que abre possibilidade para voltar a subir os juros e, com isso, deixe em aberto a possibilidade de corte no início do ano. Caso este trecho seja mantido, a probabilidade de postergação do início de cortes aumenta.

Calendário do Copom

Reuniões em 2025:

28 e 29 de janeiro
18 e 19 de março
6 e 7 de maio
17 e 18 de junho
29 e 30 de julho
16 e 17 de setembro
4 e 5 de novembro
9 e 10 de dezembro

Reuniões em 2026:

27 e 28 de janeiro
17 e 18 de março
28 e 29 de abril
16 e 17 junho
4 e 5 de agosto
15 e 16 de setembro
3 e 4 de novembro
8 e 9 de dezembro

Fonte: metropoles.com/Gabriela Pereira

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