Crise sem fim: Adriane reduz jornada para 6h e corta em 20% salários do primeiro escalão

Mesmo com redução, vice-prefeita vai receber salário com reajuste de 12% nos próximos 120 dias (Foto: Arquivo)

Em uma crise sem precedentes, sem fim e sem solução à vista, a Prefeitura de Campo Grande vai adotar jornada de trabalho de seis horas. A prefeita Adriane Lopes (PP) ainda anunciou corte de 20% no próprio subsídio e de todo o primeiro escalão, os únicos que tiveram reajuste de até 63% em abril deste ano.

O novo “pacote” ocorre apesar de um decreto de contenção de 25% dos gastos estar em vigor desde março deste ano. Na ocasião, Adriane manteve o funcionalismo sem a reposição da inflação pelo 3º ano consecutivo e ainda suspendeu o pagamento de adicionais, gratificações.

Nesta sexta-feira (31), em nova, a chefe do Executivo anunciou novas medidas, como a redução da jornada de trabalho dos servidores de oito para seis horas diárias. A medida só não atinge escolas, unidades de saúde e serviços essenciais. O novo horário vai valer por quatro meses.

“A medida integra mais uma etapa da reforma administrativa, em curso desde janeiro deste ano, visando o reequilíbrio financeiro e a recuperação da capacidade de investimento do município”, diz em nota oficial.

Corte de salários dos privilegiados

Adriane anunciou ainda redução de 20% no próprio salário. Em abril deste ano, apesar de congelar o salário dos demais servidores, ela elevou o próprio salário em 26,7%, de R$ 21.263,62 para R$ 26.943,05, conforme o Portal da Transparência. Com a redução, ela deverá receber R$ 21.554 nos próximos quatro meses.

A vice-prefeita Camilla Nascimento Oliveira (Avante) teve reajuste de 48,2% em abril, quando o subsídio saltou de R$ 15.947,03 para R$ 22.334.53. O corte fará com que a secretária de Assistência Social tenha o vencimento reduzido para R$ 17.867,20 – o valor será 12% superior o pago no início do ano.

Os secretários municipais tiveram reajuste de 63,76% no final do primeiro quadrimestre, quando o subsídio foi de R$ 11.619,70, para R$ 19.028,90. Com o corte anunciado hoje, o primeiro escalão vai receber R$ 15.222 nos próximos 120 dias, o que significa que terão reajuste de 31%.

“Além disso, cada secretaria municipal recebeu a incumbência de apresentar, nos próximos dias, plano de redução de 20% nos custos com folha de pagamentos”, informou a chefe do Poder Executivo.

“Por determinação da prefeita, a princípio não será feito ajuste linear, ou seja, que impacte todos os servidores, levando-se em conta as necessidades específicas das diferentes pastas”, destacou. A palavra “a princípio” deve ter deixado o funcionalismo em alerta, já castigado com os cortes de março e sem reajuste linear desde 2023.

“A chefe do Executivo ressalta que as medidas austeras são fundamentais para a maior eficiência da máquina pública em benefício de toda a população, bem como por força de limites legais, para preservar empregos, manter salários em dia, assegurar a prestação dos serviços públicos e viabilizar investimentos nas áreas prioritárias”, destacou.

População sofre com crise

A população da Capital sente os efeitos da crise, como os buracos nas ruas, a falta de remédios nos postos, a paralisação no transporte coletivo, a suspensão parcial dos serviços na Santa Casa de Campo Grande, entre outros.

Em todas as ocasiões, ao ser procurada, a prefeita nega a crise. A Secretaria Municipal de Saúde está sem secretário e sob o comando de um comitê.

Os problemas se agravam um ano após a reeleição de Adriane Lopes, que tinha garantido, na ocasião, estar colocando a casa em ordem.

Fonte: ojacare.com.br/By Edivaldo Bitencourt

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