Adriane não cumpre promessa e buracos tomam conta de ruas após quatro meses de estiagem

Via intransitável na Vila Eliane, na saída para Aquidauana: Adriane tinha prometido resolver problema em 30 dias (Foto: Leo Bitencourt Jr.)

A prefeita Adriane Lopes (PP) não cumpriu a promessa de acabar com os buracos durante o período de estiagem em Campo Grande. Após quatro meses praticamente sem chuvas, a buraqueira voltou a tomar conta de ruas e avenidas da Capital. Transitar pelas ruas da cidade passou a virar tarefa de risco de acidentes e de causar danos nos veículos.

Uma servidora estadual aposentada contou que teve prejuízo de aproximadamente R$ 3 mil com o veículo Fiat Uno Fire, que ela classifica como “quase um trator”. Devido aos buracos, ao longo de oito meses, ela foi obrigada a trocar duas vezes a caixa de direção e até o pneu após a roda amassar.

Também moeu a caixa de direção do carro. Até a barra de direção, que não deveria entortar, entortou”, lamenta a mulher, indignada com a situação de abandono da Cidade Morena. Até eleitores de Adriane, que votaram na candidata por ser de “direita”, estão arrependidos devido a situação caótica das vias públicas.

A revolta da população pode ser medida pelos requerimentos apresentados pelos vereadores. Até os aliados mais fieis acabam cobrando mais agilidade na operação tapa-buracos. “A situação está muito complicada”, lamenta Professor Riverton (PP), do mesmo partido da chefe do Poder Executivo e do secretário municipal de Infraestrutura, Marcelo Migilioli.

A revolta da população pode ser medida pelos requerimentos apresentados pelos vereadores. Até os aliados mais fieis acabam cobrando mais agilidade na operação tapa-buracos. “A situação está muito complicada”, lamenta Professor Riverton (PP), do mesmo partido da chefe do Poder Executivo e do secretário municipal de Infraestrutura, Marcelo Migilioli.

Buracos exigem habilidade redobrara dos motoristas: cuidado com o carro e para evitar acidentes (Foto: O Jacaré)

Falta de planejamento e crise sem fim

“Em tudo que fizer na vida deve haver um planejamento. Quem não planeja, planeja a errar. Infelizmente, embora até técnicos têm insistindo nessa questão, a gestão atual faz ouvidos moucos e continua agindo no improviso”, critica o ex-prefeito Marquinhos Trad (PDT), um ex-aliado e responsável por Adriane estar no atual posto.

“Assim o discurso da gestão segue firme — e os buracos se multiplicam! Planejamento mesmo, apenas das oficinas, borracharias e mecânicas para agendar trocas de amortecedores e pneus”, detona o vereador.

“Se na estiagem está com buracos, imagine como vão ficar as ruas e avenidas no período das chuvas”, profetiza Riverton, sobre as ruas e avenidas transformadas em queijo suíço.

De acordo com o meteorologista Natálio Abrão, a Capital sofre com a estiagem desde junho deste ano, quando deveria chover 47,4 milímetros, mas só choveu 27,4mm. A seca perdurou nos meses seguintes. Em julho deveria chover 35,9mm, mas só caiu 8,7mm. Em agosto, a média história era de 45,5mm, mas a chuva não passou de 19,8mm. No mês passado choveu apenas 13mm, muito abaixo da média história de 37,6.

A prefeita não aproveitou nem a benção deste mês. Outubro é marcado pelo início da temporada de chuvas, mas choveu apenas 27,8mm, 20% da média histórica do mês (134,1mm).

Cratera em avenida da Capital pode garantir lucro para as borracharias (Foto: O Jacaré)

Promessa, só promessa

A indignação tomou conta da população com a buraqueira do início do ano. No início de 10, numa maratona para celebrar os 100 dias, Adriane deu entrevistas à TV Morena e prometeu resolver o problema dos buracos durante a estiagem. (confira a entrevista da época)

Na TV Morena, Adriane falou ao vivo e a cores, sem margem para interpretação, de que em 30 dias resolveria o problema dos buracos.

“Nós não podemos tapar buracos durante o período de chuva, temos que ter responsabilidade com o recurso público, por isso nós estamos fazendo o que precisa ser feito e no tempo certo. Existe um plano de recuperação, já foi iniciado, a chuva voltou e quando chove não dá para avançar com essas obras. Na sequência toda a cidade será recuperada em um mês, mas dependemos também do clima”.

Seis meses depois, apesar da longa estiagem, os buracos voltam a transformar as ruas em pesadelo aos motoristas. O vereador Landkmark Rios (PT) afirmou que enviou ofício e requerimento para cobrar informações da prefeitura e exigiu saber por que não está ocorrendo o pagamento pelo serviço do tapa-buraccos.

Ele o vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), decidiram convocar o secretário municipal de Infraestrutura para explicar o motivo da falta de manutenção das vias pavimentadas.

O vereado Ronilço Guerreiro (Podemos) admite o problema dos buracos, mas defende o recapeamento, que é muito mais caro. Ele disse que o ideal era criar zeladorias nas sete regiões, com equipes responsáveis por tapa buracos, poda de árvores, limpeza, pintura de meio fio, entre outros problemas básicos.

Secretário e a prefeita não conseguiram resolver o problema do tapa-buracos em quatro meses de estiagem (Foto: Arquivo)

Prefeitura nega crise

Em nota, a prefeita Adriane Lopes, que é missionária da Assembleia de Deus Missões, negou crise no serviço de tapa-buracos. “A Prefeitura de Campo Grande reafirma que seguirá honrando seus compromissos financeiros junto aos fornecedores, de modo que todos os serviços prestados serão devidamente pagos”, afirmou, por meio da assessoria de comunicação.

Sem citar a palavra crise, ela deixa subentendido que a cidade sofre com problemas financeiros, apesar da prefeita estar no cargo desde abril de 2022. “É de conhecimento público que o Município, desde o início deste ano, vem promovendo uma ampla reforma administrativa, reflexo do momento desafiador do ponto de vista financeiro que exige medidas de contenção e ajustes na gestão dos recursos públicos”, afirmou.

“O serviço de tapa-buracos é permanente e segue um cronograma previamente definido. Em alguns períodos pode haver maior ou menor intensidade na execução, de acordo com diversos fatores, entre eles disponibilidade de matéria-prima, condições climáticas, estado das vias e possibilidades de custeio”, garantiu.

Confira a nota na íntegra:

“A Prefeitura de Campo Grande reafirma que seguirá honrando seus compromissos financeiros junto aos fornecedores, de modo que todos os serviços prestados serão devidamente pagos.
É de conhecimento público que o Município, desde o início deste ano, vem promovendo uma ampla reforma administrativa, reflexo do momento desafiador do ponto de vista financeiro que exige medidas de contenção e ajustes na gestão dos recursos públicos.

O serviço de tapa-buracos é permanente e segue um cronograma previamente definido. Em alguns períodos pode haver maior ou menor intensidade na execução, de acordo com diversos fatores, entre eles disponibilidade de matéria-prima, condições climáticas, estado das vias e possibilidades de custeio.

A Prefeitura reafirma seu compromisso em manter a qualidade dos serviços prestados e, mais do que isso, buscar soluções cada vez mais eficientes para otimizar o uso dos recursos disponíveis.”

Fonte: ojacare.com.br/By Edivaldo Bitencourt

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *