Senador dos EUA acusa Lula de recusar encontro presencial com Trump

Entretanto, Lula disse, em Nova York, que não se opõe à possibilidade de novo encontro presencial com Donald Trump/Foto: Reprodução/Redes Sociais

O senador republicano Shane Jett, do estado de Oklahoma, nos Estados Unidos, chamou, nesta sexta-feira (26/9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “covarde” por, segundo o parlamentar, ter preferido uma conversa por telefone com o presidente norte-americano, Donald Trump, em vez de presencial.

Em vídeo gravado em frente à sede do governo, em Washington, Jett afirmou que o gesto mostra desinteresse do “partido do amor”, como ironizou o PT, em manter diálogo direto com Trump. Ele também classificou o presidente brasileiro como “marxista” e disse que os “patriotas brasileiros” vivem sob “ditadura judicial marxista”.

“O presidente brasileiro Lula da Silva recusou um convite para se encontrar com o presidente Donald Trump. Lula disse que poderiam conversar por telefone. Parece que o ‘partido do amor’ não está interessado em diálogo. O bom povo da República brasileira merece algo melhor! Continuamos a orar pelos sofridos patriotas brasileiros”, declarou Jett.

Entretanto, durante coletiva na quarta-feira (24/9), em Nova York, o líder brasileiro afirmou que não se opõe à possibilidade de novo encontro presencial com Trump. “Pode ser presencial, podemos ainda discutir”, disse Lula.

Relação de Lula e Trump

Apesar da crítica do senador, Trump usou parte do seu discurso na ONU, no início desta semana, para elogiar Lula, destacando a “química excelente” entre os dois após breve encontro nos bastidores da Assembleia Geral. O brasileiro também comentou a aproximação, afirmando que ficou surpreso com a cordialidade do republicano. “Pintou uma química mesmo”, disse Lula em coletiva.

Lula acrescentou que não descarta a possibilidade de um encontro presencial em breve. “Pode ser presencial, podemos ainda discutir”, reforçou, ao citar que Brasil e EUA têm “muito para conversar”.

A fala de Jett ocorre em um contexto de aproximação cautelosa entre os dois países, após meses de atrito.

Em julho, Trump elevou em 40% as tarifas sobre produtos brasileiros, medida que aumentou a taxação total para 50%. O republicano justificou a decisão como resposta a violações de direitos humanos e ao que considera “perseguição judicial” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Aliado de Eduardo Bolsonaro

Shane Jett é um dos aliados norte-americanos de Bolsonaro e mantém contato próximo com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O senador ocupa vaga na legislatura estadual de Oklahoma, composta por 48 membros, e não integra o Senado Federal em Washington.

Enquanto aliados de Trump criticam a recusa de Lula, o presidente brasileiro reforçou que busca um diálogo construtivo. Segundo ele, a pauta de uma possível reunião inclui temas industriais, tecnológicos e digitais, além de alternativas para reduzir tensões comerciais.

Fonte: metropoles.com/Manuela de Moura

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