Fazenda diz que correção total da tabela do IR custaria R$ 100 bilhões

Segundo o secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto, o governo federal não tem condições para arcar com essa despesa no momento/Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados

O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, afirmou, nesta terça-feira (20/5), que a correção de toda a tabela do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF) custaria R$ 100 bilhões para os cofres públicos.

A declaração de Marcos Pinto foi dada durante audiência pública da Comissão Especial formada pela Câmara dos Deputados para debater a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, o projeto de lei (PL) 1.087/25.

Segundo o secretário, o governo federal não tem condições para arcar com essa despesa no momento. Dessa forma, a equipe econômica optou por reduzir a faixa de correção para abarcar quem ganha até R$ 5 mil por mês.

“E por que a gente fez assim, ao invés de corrigir a tabela toda? A razão é muito simples: corrigir a tabela toda ia custar mais de R$ 100 bilhões. A gente não tem condições, nesse momento, de fazer isso”, disse.

“Ao fazer dessa forma, a gente reduziu a conta, significativamente, para algo em torno de R$ 25 bilhões, que a gente consegue compensar com o imposto mínimo”, completou ele.


Isenção do IR até R$ 5 mil por mês

  • A proposta isenta do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF) quem recebe até R$ 5 mil, um universo de 10 milhões de brasileiros. Se aprovada neste ano, a medida valerá a partir de 2026. Hoje, a faixa de isenção é de R$ 3.036.
  • Rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7 mil terão descontos parciais.
  • Governo federal estima que a isenção do Imposto de Renda custará quase R$ 27 bilhões aos cofres públicos no próximo ano.
  • Para compensar a perda arrecadatória, o projeto determina que quem recebe acima de R$ 600 mil por ano pague um imposto mínimo de contribuição progressiva de até 10%.

“O objetivo desse benefício é impedir que alguém que R$ 5.001 ou R$ 5.550 tenha um rendimento líquido menor do que quem ganha R$ 5 mil. A gente foi criando essa ‘escadinha’ para zerar o benefício só no R$ 7 mil”, explicou.

Na opinião de Pinto, o Imposto de Renda deveria ser progressivo, mas, na realidade, é regressivo no país.

Em entrevista ao Metrópoles, o secretário afirmou que a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para aqueles que ganham até R$ 5 mil mensais implicaria “quase um 14º salário no ano”.

Fonte: metropoles.com/Mariana Andrade

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