Taxa de feminicídio cai, mas violência matou uma mulher por semana em MS em 2023
No ano de 2023, 48 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso do Sul, uma média de quatro mortes por mês ou uma a cada semana. O número, entretanto, registra uma queda em relação ao ano anterior, quando foram 71 vítimas do sexo feminino.
Com relação a taxa de mulheres mortas para cada 100 mil habitantes, Mato Grosso do Sul é o estado que teve a maior queda no País.
Os dados fazem parte do Atlas da Violência 2025, divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao governo federal, e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
“Os maiores crescimentos das taxas foram observados no Rio de Janeiro (28,6%), Pernambuco (26,7%) e Distrito Federal (22,7%). As quedas mais acentuadas, de outro lado, foram registradas no Mato Grosso do Sul (32,0%), Acre (25,5%) e Rondônia (18,1%)”, diz a publicação.
De 2013 até 2023, ano-base da pesquisa, o ano com mais casos foi 2014, com 85 assassinatos de mulheres no estado. O menor foi em 2023, com os 48 registros.
Levando-se em conta a última década, os casos de feminicídio caíram 36% no Estado, enquanto de 2022 a 2023 a queda foi de 32,4%.
Considerando que a pesquisa traz dados até 2023, é importante contextualizar que o número de casos de feminicídio voltou a subir em MS em 2024, conforme apontou reportagem do Correio do Estado.
Sem trazer dados regionalizados, o Atlas da Violência aponta que a violência letal contra as mulheres majoritariamente acontece no contexto doméstico.
“Não por coincidência, pesquisas vêm mostrando, ao longo dos anos, que a casa é o lugar menos seguro para a mulher. Dados de registros policiais publicados no 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública evidenciam que nos casos de feminicídio, 64,3% dos eventos aconteceram dentro de casa”, diz o documento.
“Esse dado de registros policiais ajuda a ilustrar que, embora o ódio ao gênero possa estar presente na violência letal contra mulheres tanto em contextos domésticos como em contextos urbanos, na prática, uma morte costuma ser percebida e classificada como feminicídio quando acontece no ambiente doméstico”, acrescenta.
País
No Brasil, foram 3.903 vítimas em 2023 e 47.463 nos últimos onze anos (2013-2023), conforme registros do sistema de saúde.
“Apesar da tendência de queda geral nos homicídios (incluindo vítimas do sexo feminino e masculino) ao longo dos últimos onze anos, quando olhamos para o comportamento das taxas ao longo dos anos, é possível observar que a redução foi mais expressiva na população em geral do que entre as mulheres – ainda que, em números absolutos, tradicionalmente os homens sejam os principais envolvidos em crimes letais intencionais”, diz o Atlas.
Atlas da violência
A publicação é divulgada anualmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e tem como base principalmente dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos sob gestão do Ministério da Saúde.
Também são levados em conta os mapeamentos demográficos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e levantamentos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Os dados do Atlas da Violência são coletados de fontes oficiais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela contagem da população, e o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.
Fonte: Correio do Estado – Leia mais em: https://correiodoestado.com.br/cidades/taxa-cai-mas-violencia-matou-uma-mulher-por-semana-em-ms-em-2023/448061/