Em MS, 57 cidades não pagam o piso nacional aos enfermeiros; Tacuru paga o menor salário

Levantamento inédito do Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem) mostra que 57 dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul não pagam o piso nacional de R$ 4.750 aos enfermeiros. Apenas três cidades – Amambai, Bela Vista e Jaraguari – pagam o valor mínimo para técnicos e auxiliares de enfermagem.

A pesquisa mostra que o novo piso, que ainda depende de regulamentação e da aprovação do projeto de lei encaminhado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Caso a proposta seja aprovada no Congresso Nacional, o Governo vai direcionar R$ 7,3 bilhões para a implantação do piso nacional para a categoria.

A categoria poderá ter reajuste de até 147%, considerando-se o menor valor pago no Estado. Em Tacuru, 11 profissionais de enfermagem recebem R$ 1.919 por mês. Com o novo piso de R$ 4.750, o valor do salário mais que dobraria na cidade.

Mundo Novo paga o maior salário para enfermeiro no Estado, no valor de R$ 7.437,55, seguido por São Gabriel do Oeste (R$ 7.057,44), Iguatemi (6.875,47), Ribas do Rio Pardo (R$ 6.698,85) e Nova Alvorada do Sul (R$ 6.148,66).

  • Mundo Novo (R$ 7.437,55)
  • São Gabriel do Oeste (R$ R$ 7.057,44)
  • Iguatemi (R$ 6.875,47)
  • Ribas do Rio Pardo (R$ 6.698,85)
  • Nova Alvorada do Sul (R$ 6.148,66)
  • Caarapó (R$ 5.690,55)
  • Figueirão (R$ 5.507,94)
  • Água Clara (R$ 5.427,58)
  • Itaquiraí (R$ 5.373,42)
  • Sete Quedas (R$ 5.355,22)
  • Sidrolândia (R$ 5.310,70)
  • Batayporã (R$ 5.256,25)
  • Paranhos (R$ 5.138,91)
  • Dourados (R$ 5.066,66)
  • Douradina (R$ 4.985,48)
  • Glória de Dourados (R$ 4.912,22)
  • Jateí (R$ 4.806,18)
  • Maracaju (R$ 4.771,01)
  • Ivinhema (R$ 4.532,78)
  • Bela Vista (R$ 4.750,00)
  • Jaraguari (R$ 4.750,00)
  • Amambai (R$ 4.750,00)

Apesar de ser a maior cidade do Estado e concentrar a maior parte do atendimento à saúde, Campo Grande não paga o piso nacional. De acordo com o Coren-MS, o salário é de R$ 3.509,25 na Capital.

Os profissionais de enfermagem realizaram greve e chegaram a ingressar na Justiça para receber reajuste e o adicional de insalubridade. A prefeita Adriane Lopes (Patri) alegou que não há recurso nem margem para elevar a despesa com o pessoal. Atualmente, o município compromete 57% da receita com o gasto com pessoal.

Além de Tacuru, outros 14 municípios pagam abaixo de R$ 3 mil para o profissional de enfermagem com nível superior.

Confira o ranking dos menores salários:

  • Tacuru (R$ 1.919,80)
  • Corguinho (R$ 2.854,09)
  • Eldorado (R$ 2.900,00)
  • Coxim (R$ 2.770,82)
  • Japorã (R$ 2.608,50)
  • Nioaque (R$ 2.680,42)
  • Juti (R$ 2.651,39)
  • Inocência (R$ 2.305,55)
  • Antônio João (R$ 2.493,42)
  • Aparecida do Taboado (R$ 2.400,00)
  • Taquarussu (R$ 2.400,00)
  • Pedro Gomes (R$ 2.300,00)
  • Brasilândia (R$ 2.254,20)
  • Fátima do Sul (R$ 2.129,18)
  • Itaporã (R$ 2.041,55)

Para o presidente do Coren-MS, Sebastião Duarte, o pagamento do piso nacional depende de vontade política dos prefeitos. “É preciso vontade política para reconhecer a importância do trabalho destes profissionais”, destacou.

“O poder Executivo tem autonomia para colocar em prática o piso, o primeiro passo que pode ser feito é realizar o estudo de impacto na folha salarial. Temos como exemplo a cidade de Maracaju, onde o estudo de impacto financeiro não apontou comprometimento da folha de pagamento, ou seja, impacto mínimo e possível de reajustar os salários para atender a lei 14.434/2022. O piso salarial é uma conquista e está garantido como uma lei constitucional”, afirmou.

Duarte, presidente do Conselho Regional de Enfermagem, diz que é preciso vontade política para valorizar os profissionais (Foto: Divulgação)

Fonte: O Jacaré

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