Sem valorização e redução de horas extras dos policiais penais, presídios de MS podem entrar em caos neste fim de ano 

Com o fim de ano, época em que aumenta as visitas dos familiares aos detentos dos presídios e o índice de possibilidade de motins e fugas, o sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul corre sério risco de entrar em caos em decorrência da desvalorização e falta de reconhecimento dos servidores que exercem umas das profissões mais arriscada, estando há 12 anos sem reajuste no plantão extraordinário. 

Os policiais penais juntamente ao Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul (Sinsapp/MS) seguem mobilizados e indignados com a falta de resposta do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. 

“Nós estamos aguardando uma reposta do governo durante dois anos e tudo se mantinha no esforço do servidor e na expectativa de algum tipo de reconhecimento do governo. Três datas foram apresentadas, não foram cumpridas, verificamos que basicamente nada foi analisado da nossa minuta”, afirmou o presidente do Sinsapp/MS, André Luiz Santiago. 

“Os policiais penais continuam realizando as 180 horas previstas em concurso público. Nós trabalhamos na segunda pior profissão do mundo e mais de década realizando as horas extras para que o sistema continue funcionando. Muitos chegam a passar de 300 horas no mês. Trabalham todos os finais de semana nos presídios, acabam se privando, não tendo uma vida saudável, sem tempo familiar e o que ocasionam cada vez mais desgaste nos servidores”, relatou. 

Segundo o Sindicato, os servidores verificaram que não compensa mais essa dedicação em cumprir as horas extras. “Mesmo porque não tem reajuste há 12 anos do plantão extraordinário e ficou definido que os servidores escolheram por deixar de fazer as horas extras até o dia 9 aguardando a reposta do governo e mesmo assim não houve uma resposta do governo”. 

A hora extra é um ato individual do servidor e da sua condição física e mental, ficando a escolha de cada servidor. “E o que ocorreu é que a maioria dos servidores do Estado optaram por não fazer, até mesmo pelo esgotamento e falta de valorização”, complementou Santiago. 

Para se ter uma ideia, conforme relato, na  presídio da Máxima são 10 a 12 plantonistas, na média, e para realizar o dia de visita precisa de aproximadamente 15 a 16 policiais penais fazendo hora extra. “Imagina o servidor deixando de fazer esse serviço?”, questionou o dirigente. 

Consequências – Sem os plantonistas ocorre a redução das rotinas diárias, desativação de postos de segurança, os demais atendimentos ocorrem com lentidão e postos de serviços são afetados, como as empresas que usam mão de obra de detentos. 

“O alerta que a gente tem feito é primeiro um pedido de socorro ao governo do Estado para que ele dê uma resposta para a categoria, segundo alerta é porque estamos mês de dezembro, mês que aumenta o número de visitantes e também aumenta o índice de risco de motins e tentativas de fugas”, afirmou. 

Apoio – “Buscamos o apoio da Assembleia Legislativa, da OAB-MS e alguns segmentos empresariais que tem nos apoiado e solicitado a solução do problema. Além da imprensa que tem sido atenta e também tem dado voz ao movimento”, pontuou. 

Resposta – O jornal Servidor Público MS buscou contato com a assessoria do Governo do Estado e até o momento não obteve retorno. Destaca-se que o espaço está aberto para eventuais esclarecimentos. 

Texto: Roberta Cáceres 

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