Campo Grande: alta abstenção coloca eleitores ausentes no centro da disputa do 2º turno

No primeiro turno das eleições municipais, 164.799 mil eleitores de Campo Grande deixaram de votar. Isso significa que 25% dos eleitores aptos na capital de Mato Grosso do Sul não apareceram para escolher seu prefeito. Esse número é maior que a média nacional de abstenção, que foi de 21,7%, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e supera até mesmo os votos da candidata mais votada, Adriane Lopes (PP), que recebeu 140.931 votos.

Esses mais de 164 mil votos ausentes são suficientes para mudar o rumo das eleições. E isso não é exagero. Na corrida pelo segundo turno, que acontecerá neste domingo, 27 de outubro, cada voto conta. A diferença entre Adriane Lopes, atual prefeita, e Rose Modesto (União), sua adversária, foi de apenas 9 mil votos no primeiro turno. Ou seja, se quem não votou resolver ir às urnas no domingo, o resultado pode ser completamente diferente.

Por que tanta gente não votou? O fato de um quarto dos eleitores de Campo Grande não ter votado no primeiro turno levanta questões importantes. Por que tanta gente não compareceu? O professor Éderson da Silva, da PUC-Campinas, sugere que a abstenção pode estar relacionada ao desinteresse ou à insatisfação com os candidatos. “Muitos eleitores não se veem representados e, por isso, preferem não votar”, diz ele.

Além disso, problemas práticos como a falta de transporte público adequado e o desânimo com a política também influenciam a decisão de muitos de não comparecer às urnas. No entanto, a ausência desses eleitores, especialmente dos mais pobres, acaba beneficiando candidatos com bases de apoio mais organizadas e mobilizadas. “É uma questão de presença: quem não vai, deixa a decisão nas mãos de quem aparece”, explica o professor.

O que está em jogo no segundo turno? No primeiro turno, Campo Grande teve 481.399 eleitores que compareceram às urnas. Desses, 444.980 votos foram considerados válidos. Outros 16.968 eleitores votaram em branco (3,5%), e 19.451 votos foram nulos (4,04%). Mesmo com esses números, a abstenção de 25% ainda é um dado alarmante e levanta a seguinte questão: o que acontecerá se essa taxa se repetir no segundo turno?

A disputa entre Adriane Lopes e Rose Modesto está acirrada. Adriane conseguiu 31,6% dos votos válidos no primeiro turno, enquanto Rose somou 29,6%. A diferença entre as duas candidatas é de apenas 9 mil votos. Com essa margem tão apertada, os eleitores que ficaram de fora do primeiro turno têm agora uma segunda chance para fazer a diferença.

Não deixe os outros decidirem por você – O segundo turno das eleições é o momento em que a decisão final será tomada. E o futuro de Campo Grande será decidido por quem aparecer para votar. Os 164 mil eleitores que ficaram de fora no primeiro turno ainda têm tempo para reconsiderar. O apelo é claro: não deixe que os outros decidam por você. O voto de cada um conta, especialmente em uma disputa tão equilibrada.

Se as abstenções continuarem altas, o resultado pode não refletir o que realmente é melhor para a cidade. Votar é mais que um direito, é uma forma de garantir que suas necessidades e expectativas sejam levadas em consideração na próxima administração. Campo Grande está diante de uma escolha importante, e quem ficar em casa no domingo estará deixando essa decisão nas mãos de outros.

Horário de votação e medidas de segurança – No segundo turno, as urnas em Campo Grande estarão abertas das 7h às 16h (horário local). O Tribunal Superior Eleitoral reforça que o processo de votação é rápido, seguro e simples. As urnas eletrônicas, em uso no Brasil há mais de 20 anos, garantem que o resultado seja apurado logo após o fim da votação.

Para garantir a segurança dos eleitores em meio à pandemia, todas as medidas sanitárias serão mantidas. O uso de máscaras é obrigatório, e as filas deverão respeitar o distanciamento social. Além disso, álcool em gel estará disponível nos locais de votação. Mesmo em tempos de pandemia, é possível votar com segurança.

Uma segunda chance – Para os eleitores de Campo Grande que não participaram do primeiro turno, o segundo turno é a chance de fazer a diferença. Se a cidade seguir com a mesma taxa de abstenção, a decisão ficará nas mãos de uma minoria. Mas se mais pessoas decidirem ir às urnas, o resultado poderá ser muito mais representativo.

Fonte: https://www.acritica.net/editorias/politica/campo-grande-164-mil-eleitores-nao-votaram-no-1-turno-decide-no-2-turn/773824/

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